Ex-ciclista americano acredita que Tadej Pogacar "levantou o pé" de propósito no contrarrelógio do Dauphiné!

Ciclismo
sexta-feira, 13 junho 2025 a 9:52
pogacar
O quarto lugar de Tadej Pogacar no contrarrelógio da quarta etapa do Critérium du Dauphiné 2025 apanhou muitos de surpresa. Num percurso talhado para especialistas, o esloveno da UAE Team Emirates cedeu tempo para os seus dois grandes rivais, Remco Evenepoel e Jonas Vingegaard, alimentando especulações sobre o seu real estado de forma a menos de um mês da Volta a França. Mas e se o desempenho abaixo do habitual não fosse sinal de fraqueza, mas sim parte de um plano deliberado?
É essa a tese defendida por Tom Danielson, ex-ciclista profissional norte-americano, agora analista, que partilhou uma leitura arrojada do desempenho de Pogacar no X (antigo Twitter):
"Pogacar ficou em 4º lugar! Como é que isso pode ter acontecido? É engraçado, se fosse outro qualquer, diríamos que foi um bom resultado. Mas é o Pogi, e ele normalmente ganha. Acho que ele pedalou deliberadamente a um ritmo controlado, alinhado com o treino, sabendo que terminaria atrás do Jonas."
Danielson vai mais longe, sugerindo que Pogacar terá escondido intencionalmente o seu verdadeiro nível, precisamente porque Vingegaard está presente no Dauphiné. Evitar revelar dados relevantes sobre a sua forma pode ser, segundo ele, um movimento estratégico:
"Não vejo nenhum mundo em que Tadej apareça três semanas antes do Tour e dê tudo por tudo, deixando escapar uma enorme quantidade de dados sobre o seu desempenho. Se o Jonas e a Visma centram tanto da sua preparação em torno dele, por que lhes dar essa informação de bandeja?"
Será que Pogacar rolou abaixo do seu máximo no contrarrelógio do Dauphiné?
Será que Pogacar rolou abaixo do seu máximo no contrarrelógio do Dauphiné?

Cinco sinais de que "Pogi" poderá ter fingido

Na sua análise, Danielson elenca cinco indicadores que sustentam a sua teoria:
  1. Linguagem corporal e ritmo controlado: Segundo Danielson, Pogacar exibiu uma postura passiva, pedalou com uma cadência mais baixa do que o habitual e não mostrou o habitual vigor nas curvas e acelerações.
  2. Perdas de tempo incomuns logo no início: O tempo perdido nos primeiros 9 km, mesmo com acesso à informação das diferenças em tempo real, revela, na visão do ex-ciclista, um esforço demasiado estável e sem tentativas de correção.
  3. Cadência fora do normal: A escolha de um ritmo de pedalada mais lento desde o início seria, segundo Danielson, mais indicativo de um ritmo de treino do que de um esforço máximo de competição.
  4. Um bidon cheio num contrarrelógio? A presença de um bidon num percurso de 20 km, onde cada grama conta, é apontada como indício de que Pogacar não estava focado na vitória, mas sim a simular uma sessão de treino cronometrado.
  5. Falta de declarações pós-corrida: Ao contrário do habitual, Pogacar evitou falar com a imprensa após a etapa. Para Danielson, isso não reflete frustração, mas sim uma forma de não dar explicações detalhadas sobre uma estratégia deliberada.
"Historicamente, ele sempre foi honesto nas derrotas. Desta vez, o silêncio e o comunicado da equipa a falar em 'ritmo demasiado conservador' soam mais a confirmação do que a desculpa."

Uma leitura arrojada, mas plausível?

A tese de Danielson é ousada, mas não totalmente descabida. Pogacar sempre foi um corredor inteligente, com grande capacidade de gestão emocional e física. Num cenário onde Evenepoel precisa de se afirmar e Vingegaard testa o regresso após lesão, não seria descabido que o esloveno preferisse não abrir o jogo antes de Paris.
Ainda assim, há quem sublinhe que Pogacar raramente abdica de competir ao mais alto nível, mesmo em corridas secundárias. A própria UAE já confirmou que o esloveno seguiu um "ritmo controlado", sugerindo que o foco está claramente em julho, e não em junho.

Jogos mentais... ou uma fraqueza pontual?

A etapa 5 pode ser de transição, mas o fim de semana montanhoso revelará mais sobre o verdadeiro estado de forma de Pogacar. Se voltar a ser dominante nas subidas, Danielson poderá ver a sua teoria ganhar força. Caso contrário, a dúvida sobre um possível desgaste após uma primavera extenuante também ganhará terreno.
O certo é que, em ano de duelo a três com Vingegaard e Evenepoel, cada gesto, pedalada e escolha estratégica será amplamente escrutinada. E se há alguém capaz de controlar o enredo antes do grande palco, é Tadej Pogacar.
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