O ciclismo espanhol está a viver uma seca de vitórias nas grandes voltas desde a reforma de Alberto Contador. De facto, desde que o espanhol venceu a Volta a Itália de 2015, ninguém conseguiu levantar os braços nos últimos dias do Giro, do Tour ou da Vuelta. Enric Mas conseguiu terminar no pódio em três edições da Vuelta, mas não conseguiu dar o salto para o degrau mais alto do pódio.
Do outro lado está Juan Ayuso, um jovem ciclista de enorme talento da UAE Team Emirates, mas que também tem uma pressão extrema sobre os seus ombros por parte do público espanhol, fazendo equipa com outros grandes líderes como Tadej Pogacar, João Almeida e Adam Yates, ao mesmo tempo que tem de carregar as elevadas expetativas que as gerações passadas criaram para os seus ciclistas de Grandes Voltas.
Assim, hoje, e pensando mais a médio prazo, Pablo Torres pode ser a grande esperança espanhola para voltar a brilhar de amarelo pelo que vimos no último Tour de l'Avenir, onde bateu o recorde do mítico Colle delle Finèstre com apenas 18 anos.
Em declarações à Marca na última apresentação da Volta a Espanha, o antigo sprinter espanhol Miguel Ángel Martín Perdiguero acredita que Torres é o futuro do ciclismo espanhol e deixa isso bem claro com a sua comparação: "Para mim, é evidente que Pablo Torres é o novo Indurain, o novo Contador, o novo Perico... é o futuro do ciclismo espanhol.". Escusado será dizer que esta será a pressão que a Emirates evitará colocar-lhe, mas ele está na equipa certa, rodeado de outras grandes estrelas que serão o centro das atenções durante vários anos.