Explode o debate em relação à queda de Pogacar no Tour. Fez ou não fez bem o pelotão em esperar pelo Campeão do Mundo?

Ciclismo
quinta-feira, 17 julho 2025 a 8:54
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A 11.ª etapa da Volta a França de 2025 teve todos os ingredientes para ser memorável, mas o momento mais marcante surgiu já perto do final, com uma queda do líder da UAE Team Emirates - XRG, Tadej Pogacar. O incidente levantou uma questão ética clássica no ciclismo: deve o pelotão esperar por um rival que caiu, mesmo numa fase decisiva da corrida?
Os principais adversários de Pogacar na luta pela Camisola Amarela optaram por abrandar o ritmo e não aproveitar o contratempo do esloveno, permitindo-lhe regressar ao grupo e terminar a etapa lado a lado com os restantes candidatos. Um gesto de respeito que foi amplamente elogiado… mas também contestado.
No pós-etapa, o estúdio da TNT Sports dividiu-se sobre a decisão. A apresentadora Orla Chennaoui mostrou-se crítica da atitude do pelotão, contrastando com a opinião unânime dos ex-profissionais Robbie McEwen, Adam Blythe e Zdenek Stybar.
Tadej Pogacar caiu durante a 11ª etapa da Volta a França
Tadej Pogacar caiu durante a 11ª etapa da Volta a França
"Quando alguém cai, há uma excitação imediata. Pensamos: 'O que vai acontecer agora?' Estamos entusiasmados. Não queremos que ninguém beneficie de uma queda, claro. Mas as quedas fazem parte do ciclismo", afirmou Chennaoui. "Se assistimos à etapa toda à espera de uma decisão e, no momento-chave tudo é neutralizado, enquanto fãs sentimos alguma frustração."
Robbie McEwen, por outro lado, foi perentório na defesa do gesto de cavalheirismo. "Não há nenhuma regra que obrigue a esperar. Mas depende da situação: foi uma queda provocada por pressão tática ou puro azar? Neste caso, o grupo fez a coisa certa."
Adam Blythe partilhou o mesmo ponto de vista, sublinhando o contexto da corrida no momento da queda. "Se a Visma ou a Soudal estivessem a forçar o ritmo na frente quando ele caiu, aí talvez se justificasse continuar. Mas ninguém estava a puxar. Não havia aceleração nenhuma, nem foi num momento em que estivessem a haver ataques", justificou.
Zdenek Stybar, que já venceu uma etapa na Volta a França, reforçou a importância da dimensão moral da vitória. "Queremos vencer com a consciência limpa. Se ganhássemos o Tour porque um adversário caiu, nunca sentiríamos a mesma alegria. Não seria uma vitória plena."
Chennaoui, porém, reforçou a distância entre o código de conduta do pelotão e a perceção do público. "Entendo que dentro do ciclismo haja respeito mútuo. Mas para quem está fora, para o espetador casual, tudo isto pode ser difícil de entender", apontou. "Não digo que seja errado. Só que, por vezes, como fã, espero que algo aconteça. E quando o momento é suspenso, quando a corrida é neutralizada, há uma sensação de desilusão."
O debate está lançado: será esta atitude um nobre exemplo do espírito do ciclismo, ou um sinal de que a competição, por vezes, se subjuga ao cavalheirismo? Num desporto onde o drama e a imprevisibilidade são parte da sua essência, estas decisões éticas continuam a dividir opiniões, entre quem corre e quem assiste.
E você, de que lado está neste debate?
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