Tadej Pogacar esteve muito acima do resto do pelotão em 2024, vencendo 2 Grandes Voltas e conquistando 12 vitórias de etapas pelo caminho, bem como um par de Monumentos e a primeira Camisola Arco-Íris em estrada, entre outros sucessos notáveis. Apesar de ser indubitavelmente talentoso, foi recentemente colocada a questão de saber se o domínio de Pogacar é ou não positivo para o desporto em geral.
Um dos questionados pelo L'Equipe, foi a lendária estrela suíça, que se tornou chefe da Tudor Pro Cycling Team, Fabian Cancellara. "Pogacar não vai matar o ciclismo. Não gosto do termo", insiste o vencedor de sete Monumentos (curiosamente tantos como os que Pogacar conquistou até agora), de 43 anos, embora faça uma ressalva ao comparar o líder da UAE Team Emirates - XRG com a força mais dominante de outro desporto. "Mas, obviamente, se alguém domina tanto, é como Max Verstappen na Fórmula 1. Não sei quanto a vocês, mas para mim, torna-se menos interessante, sigo um pouco menos as corridas."
Por isso, Cancellara lança um aviso para o futuro. "No ciclismo, podemos ver a mesma coisa", diz ele, cauteloso. O que acontece é que, em qualquer geração, a próxima geração de super-estrelas que dominam a modalidade nunca está muito longe. "Quando Eddy Merckx também dominou tudo ou quando Tom Boonen e eu ganhamos as corridas da Flandres, havia novos ciclistas, novos nomes."
Marc Hirschi corre para Cancellara na Tudor Pro Cycling Team, tendo saído da UAE Team Emirates - XRG de Pogacar durante o final da última época. Como tal, o suíço está bem posicionado para se pronunciar sobre os dois lados da moeda. "Alguns vão começar a aborrecer-se, mas, ao mesmo tempo, a maioria conhece o ciclismo graças ao Tadej, que é reconhecido em todo o mundo", acrescenta Hirschi. "Hoje em dia, o ciclismo passa muito depressa. Podemos adoecer, ficar doentes, outros ciclistas também podem surgir. Talvez a próxima era seja a do Remco?"