Falhas da organização provocam um final desastroso na Ronde Van Limburg: "Clavículas partidas e dentes perdidos"

Ciclismo
quinta-feira, 17 abril 2025 a 18:39
limburgcrash
A Volta ao Limburgo, tradicionalmente uma corrida modesta do calendário belga, estreou-se este ano numa nova e ambiciosa posição no calendário internacional, colocada entre as Clássicas do pavê e as Ardenas. O objetivo, segundo os organizadores das Clássicas da Flandres, é claro: transformar a prova num trampolim relevante rumo à Amstel Gold Race. No entanto, a edição de 2025, ganha ao sprint pelo belga Milan Fretin, da Cofidis, ficou marcada não pelo sucesso desportivo, mas pelo caos instalado na reta final.
O derradeiro quilómetro da corrida ficou manchado por um acidente aparatoso, quando os ciclistas surgiram de ambos os lados das barreiras, provocando uma colisão confusa e perigosa. A equipa Team Flanders-Baloise foi uma das mais prejudicadas, com vários dos seus elementos envolvidos no incidente. Yentl Vandevelde, visivelmente abalado após cruzar a meta a pé, não poupou críticas à organização.
“Esta chegada foi extremamente insegura”, declarou ao WielerFlits. “Algo assim não pode acontecer numa corrida deste nível. Metade do pelotão desviou-se para trás das barreiras, que não tinham qualquer tipo de proteção adequada. O meu colega Alex Colman foi o primeiro a embater numa delas – era apenas uma barreira metálica sem amortecimento".
Segundo Vandevelde, o problema residiu sobretudo na má concepção do final. “Deviam ter começado a colocar barreiras mais cedo, ao longo do último quilómetro, ou então não ter colocado nenhuma. Assim, deixaram um ‘funil’ sem escapatória, e quando se corre a esta velocidade, isso é perigoso".
Apesar de os ciclistas conhecerem o circuito – devido às três voltas locais que antecederam o sprint final – as advertências não foram suficientes. “Na penúltima volta, disse aos meus colegas que tinha quase a certeza de que ia haver uma queda naquela curva. O pelotão já se tinha desviado para a esquerda, era previsível. Na última volta, tentei jogar pelo seguro e levei o nosso sprinter, Vince Gerits, pela curva interior. Mas o Alex caiu mesmo à minha frente e eu não tive como evitar. Caí de costas".
As consequências do acidente foram sérias. Enquanto Vandevelde conseguiu terminar a corrida a pé, os seus colegas sofreram lesões preocupantes. “O Vince partiu a clavícula e o Alex perdeu provavelmente alguns dentes”, revelou, resignado.
A organização ainda não comentou oficialmente o sucedido, mas o episódio lança um sério alerta sobre a segurança nas corridas e reforça a urgência de rever o planeamento das chegadas, sobretudo em provas que ambicionam crescer no panorama internacional.
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