Federação do Ruanda insiste que "é seguro" a realização dos Campeonatos do Mundo de 2025!

Ciclismo
terça-feira, 10 junho 2025 a 7:00
tadejpogacar
O ano de 2025 promete ser um marco para o ciclismo africano, com a realização, pela primeira vez na história, do Campeonato do Mundo de estrada no continente. A cidade de Kigali, capital do Ruanda, vai acolher o evento em setembro, oferecendo um percurso exigente com 267,5 quilómetros e mais de 5.000 metros de desnível acumulado, um percurso que promete atrair os maiores nomes do pelotão internacional na luta pela prestigiada Camisola Arco-Íris.
“É o maior evento do ciclismo mundial. Para mim, como Presidente da Federação, e para o país e o continente, é um orgulho enorme”, afirmou Samson Ndayishimiye, presidente da Federação Ruandesa de Ciclismo, em declarações ao Cyclingnews. “Apreciamos muito a relação positiva que temos com a UCI e com o resto do mundo por nos terem confiado esta responsabilidade.”
A União Ciclista Internacional vê este Mundial como o ponto de partida para um legado duradouro no continente. Um dos principais projetos paralelos é a criação de um Centro Mundial de Ciclismo em Kigali, que deverá reforçar o desenvolvimento de infraestruturas e competências locais. “Em fevereiro, abrimos o nosso segundo satélite no continente africano. É uma oportunidade extraordinária, não só para os ciclistas, mas também para comissários, treinadores, mecânicos, toda a estrutura do ciclismo. Esse é o legado que queremos deixar”, explicou Ndayishimiye.
Tadej Pogacar irá tentar revalidar o seu título mundial no Ruanda.
Tadej Pogacar irá tentar revalidar o seu título mundial no Ruanda.
Apesar do entusiasmo local e da importância simbólica do evento, nem todas as federações nacionais acolheram a novidade com igual entusiasmo. Algumas, como a Dinamarca, a Holanda e a Irlanda, anunciaram que irão participar com seleções reduzidas, citando os custos logísticos como principal entrave.
Mas Ndayishimiye rejeita essa visão com firmeza: “A realidade é que o ciclismo é sempre um desporto caro, seja onde for. Houve um Mundial na Austrália, que fica ainda mais longe da Europa, e mesmo assim houve participação massiva. Kigali está muito mais próxima, e já há voos diretos de muitos países europeus. O problema é o desconhecimento. Por ser a primeira vez em África, há um certo receio. Mas posso garantir que os preços são justos e que a logística está facilitada.”
O dirigente revela que várias seleções já asseguraram a sua presença com equipas completas. “A Bélgica, por exemplo, confirmou a presença com a sua equipa completa. Isso mostra que os países fizeram os seus trabalhos de casa e estão satisfeitos com a nossa organização.”
A proximidade da República Democrática do Congo, que atravessa uma situação de guerra civil, levantou questões sobre a segurança do evento. Contudo, a Volta ao Ruanda, realizado em fevereiro, decorreu sem qualquer incidente, provando a estabilidade do país anfitrião. “O que se passa noutros países não nos diz respeito diretamente. Posso garantir que o Ruanda é seguro e que a UCI confirmou oficialmente a realização do Campeonato do Mundo aqui”, sublinhou Ndayishimiye.
Com o mundo do ciclismo prestes a rumar pela primeira vez ao coração de África, Kigali prepara-se para ser palco de um momento histórico, tanto pelo simbolismo como pelo desafio desportivo. Num percurso brutal e técnico, onde só os mais completos sobreviverão, a luta pela Camisola Arco-Íris poderá ter um novo sabor.
aplausos 0visitantes 0
Escreva um comentário

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios