Já se perguntou o que têm em comum as três maiores equipas de ciclismo? O jovem Finn Fisher-Black, de 23 anos. Apesar da sua tenra idade, o ciclista neozelandês vai correr pela terceira super-equipa da sua carreira: Visma, UAE e agora Red Bull. Por isso, deve ser claro que o jovem ciclista deve ter uma boa dose de talento nas pernas. No entanto, ele próprio sente que várias vitórias nos níveis 2.1 e 2.Pro não são o teto das suas capacidades. É por isso que o seu objetivo é ir mais longe com as novas cores.
"É uma boa mudança, estou entusiasmado por fazer parte de um projeto tão novo", começa Fisher-Black numa entrevista para In de Leiderstrui. O ciclista neozelandês percorreu um longo caminho desde que se juntou ao clube neerlandês Willebrord Wil Vooruit em 2019 como um talento de 17 anos.
Fisher-Black não podia prever que acabaria numa equipa que atrairia uma estrela atrás da outra nos anos seguintes. "Eu ainda era jovem quando fui da Visma para a UAE Team Emirates. Na altura, a UAE era uma equipa completamente diferente, não uma super-equipa como na época passada, mas nunca vi uma equipa tão dominante", diz com sinceridade. "Foi uma loucura e foi ótimo fazer parte dela. Mas, há quatro anos, não podia prever que as coisas iriam acabar assim".
Embora Fisher-Black tenha evoluído bem e também tenha começado a ganhar a partir de 2023, as suas ambições não se concretizaram totalmente. Conquistou vitórias de etapa na Volta à Sicília, na Volta a Omã e na Volta às Astúrias e venceu a Clássica de Muscat. "Não me arrependo de nada, a UAE Team Emirates acolheu-me, mesmo nos maus momentos. Deram-me uma casa para aprender e crescer e agora tenho de mudar de lugar para seguir em frente."
O ainda jovem trepador refere-se a uma fratura do osso da coxa na Boucles de la Mayenne, em maio de 2022, como um "mau momento". Isso não ajudou a sua afirmação numa super-equipa, onde Fisher-Black nunca encontrou o seu lugar. Exemplo: só correu uma Grande Volta, a Vuelta 2023. "Foram dois anos e meio fantásticos com os Emirados Árabes Unidos, que passaram a voar. Mas eu queria ir-me embora, para dar mais de mim".
"Há algumas razões para isso", começa por explicar Fisher-Black. "Principalmente porque estava numa situação na UAE em que já não estava a crescer. Há tanto talento à volta, o que até certo ponto é ótimo para fazer parte. Mas para me reencontrar, tinha de fazer algo diferente. A Red Bull - BORA - hansgrohe mostrou logo muita confiança em mim, o que me atraiu."
Acredita que as clássicas das Ardenas o podem colocar sob as luzes da ribalta: "Tenho um kick final que poucos têm. Se continuar a trabalhar nisso, pode ser um fator decisivo para ganhar mais corridas. Há muitas corridas para tipos como eu, como as Ardenas ou certas etapas das grandes voltas. Acho que já sabemos que não sou um ciclista de classificações gerais, não é esse o meu estilo. Um ciclista do tipo de Marc Hirschi? Sim, exatamente. É sem dúvida alguém com quem tenho muito em comum como ciclista".