A lenda britânica
Geraint Thomas, vencedor da Volta a França em 2018 e figura emblemática da Sky/INEOS Grenadiers ao longo de 16 temporadas, está prestes a iniciar uma nova etapa da sua vida desportiva. De acordo com informações reveladas por Scott Drawer, Diretor de Desempenho da equipa, Thomas deverá assumir um papel de gestão na estrutura da INEOS após o final da sua carreira como ciclista, que deverá acontecer no fim de 2025.
“Seríamos loucos se não pensássemos na possibilidade de Geraint fazer parte da equipa no futuro”, afirmou Drawer ao
Cyclingnews. “Ele tem capacidades únicas, um respeito e credibilidade enormes dentro do desporto. É o capitão da equipa em todos os sentidos e seria um erro não aproveitar isso”.
Uma carreira construída em torno da Sky/INEOS
Thomas começou a sua carreira profissional na Barloworld, mas a sua identidade no pelotão ficou indelevelmente ligada ao projeto da Team Sky, onde evoluiu de pistard e gregário para uma referência do ciclismo mundial. Foi peça-chave nos triunfos de Chris Froome entre 2013 e 2017, antes de vencer o Tour de 2018, superando Tom Dumoulin e desafiando o estatuto interno da equipa.
No ano seguinte, abdicou da liderança em favor de Egan Bernal, ajudando o colombiano a conquistar o título. A partir daí, tornou-se um símbolo de longevidade, fiabilidade e liderança silenciosa, sempre pronto a ocupar o papel que a equipa lhe pedisse — como provou com os pódios na Volta a França de 2019 e no Giro de 2023.
Uma transição natural
A confirmação de que o galês poderá ter funções técnicas ou diretivas a partir de 2026 não surpreende. A sua ligação pessoal à equipa, aliada ao profundo conhecimento táctico, à experiência em Grandes Voltas e à liderança no seio do grupo, fazem dele uma mais-valia rara.
O próprio Thomas já deu pistas claras sobre o seu futuro próximo. Em entrevista ao The Guardian, afirmou:
“Adoro o ciclismo e esta equipa. Tenho muito a oferecer em termos de conhecimento de corrida e desempenho. Claro que terei muito para aprender, mas esse é o tipo de desafio que me entusiasma”.
Que papel poderá assumir?
Embora ainda não haja uma definição formal, é expectável que Thomas se aproxime de funções como diretor desportivo, mentor de jovens talentos ou até um papel mais institucional como embaixador da equipa. O seu perfil encaixa bem num contexto de acompanhamento de corredores em formação (como Thymen Arensman, Carlos Rodríguez ou Magnus Sheffield) e pode vir a ser um elo importante entre direção e ciclistas, especialmente em momentos de transição ou liderança partilhada.
Uma lenda que permanece dentro de casa
Com esta mudança, a INEOS segue uma tradição que já aplicou com outros ex-campeões, como Nicolas Portal, cuja passagem de ciclista a diretor desportivo foi uma das mais bem-sucedidas da última década. Thomas, com o seu carisma e inteligência, poderá seguir esse caminho e continuar a enriquecer o ADN competitivo da estrutura.
Enquanto 2025 marca o fim da sua carreira profissional, 2026 poderá marcar o início de um novo capítulo — igualmente influente — para Geraint Thomas no ciclismo.