A temporada de 2025 marcará o fim da carreira ativa de
Geraint Thomas, mas o galês não desaparecerá dos bastidores do ciclismo. Já é conhecido, ainda que de forma não oficial, que o vencedor da
Volta a França de 2018 integrará a estrutura da
INEOS Grenadiers a partir de 2026, num cargo de gestão ainda por revelar. O objetivo será claro: partilhar a experiência acumulada ao longo de quase duas décadas com as gerações futuras.
"Tenho a experiência necessária para liderar a equipa, o que, de qualquer forma, já é o que faço", afirmou Thomas ao Velo. “Mas continuo a querer ser competitivo. Ninguém quer ir ao Tour apenas para passear. Podemos ter sucesso de várias formas: ajudar o líder na fase decisiva, tentar vencer uma etapa...”
Com quase vinte anos no pelotão profissional, Thomas reconhece que superou as expectativas iniciais. “Nunca pensei que fosse continuar tanto tempo como continuei. A partir de certa altura, tudo foi um bónus. Ganhar a Volta a França foi o auge, sem dúvida. Claro que o Brad [Wiggins] já o tinha feito, e o 'Froomey' também, mas eu sou produto da academia britânica de ciclismo.”
Thomas quer ser competitivo até ao fim e não pretende andar a arrastar-se no pelotão
O galês também refletiu sobre a evolução do ciclismo ao longo da sua carreira. “Os ciclistas sempre foram magros, mas agora o pacote é completo. Toda a gente está mais forte. Todos treinam melhor. Perder alguns quilos faz uma enorme diferença hoje em dia. Sempre fez, mas agora o pelotão inteiro evoluiu. Antigamente só alguns ciclistas de cada equipa iam para estágios de altitude. Agora vão equipas inteiras.”
Apesar de ainda não ter anunciado o cargo que ocupará na INEOS Grenadiers, Thomas acredita que pode trazer valor à estrutura. “Penso que tenho muito a oferecer em termos de desempenho e de leitura de corrida. Haverá também muito para aprender, o que é empolgante. Tudo depende do papel que me for atribuído, mas é esse tipo de desafio que procuro.”
Aos 39 anos, o galês mostra-se tranquilo com a decisão de pendurar a bicicleta, mesmo com a notícia de que a Volta a França de 2027 passará pelo País de Gales. “Soube disso há alguns meses. Claro que seria especial, mas dois anos é muito tempo no ciclismo. Estou mais do que feliz por parar este ano. Não faria sentido continuar só para estar presente. Não quero andar por aí apenas para terminar.”