Gilmore vence e bisa na Guarda na antecâmara da etapa da Torre, Peña 3º Nych 4º

A 6ª etapa da Volta a Portugal 2025 levou os ciclistas até à cidade mais alta de Portugal e à sempre difícil e dura chegada no empedrado da Guarda. Foi debaixo de um calor intenso, que foi aumentando consoante o pelotão se deslocava da costa para o interior, que os ciclistas se fizeram à estrada para percorrerem os 175,2 quilometros desde a cidade de Águeda.

A primeira etapa depois do dia de descanso começou a toda a velocidade, com múltiplos ataques após o primeiro quilometro de corrida. Na passagem de montanha Moinho do Pisco, Hugo Nunes somou mais pontos para consolidar a sua liderança na camisola azul. Com um pelotão partido em dois blocos e a caminho da primeira meta volante do dia instalada em Mortágua, a Anicolor comandava a perseguição aos homens da frente.

A primeira hora de corrida foi percorrida a uma média de 42 km/h e lá na frente continuavam a lutar por se estabelecer uma verdadeira fuga. A vantagem dos fugitivos foi sempre mantida sob rédea curta e em Mortágua foi o ex-camisola amarela, Pau Marti, o primeiro a passar. Na segunda meta volante do dia em Oliveira do Hospital, Iuri Leitão e Nicolas Tivani lutaram pelo máximo de pontos em disputa, com o ciclista de Viana do Castelo a levar a melhor sobre o argentino do Louletano.

Na segunda hora de corrida a média baixou para 40 Km/h e a corrida continuava dificil de controlar. O pelotão começava a olhar para os ultimos 70 kms do percurso, onde estavam as principais dificuldades da jornada, com os fugitivos debaixo de olho, mantendo uma desvantagem de 1:45m para a frente da corrida.

Com a fuga consolidada a 65 kms da meta, o pelotão comandado pela equipa do camisola amarela mantinha 2:00m para os fugitivos, onde seguiam nomes como Gonçalo Leaça, Iuri Leitão, Gaspar Gonçalves, Daniel Lima, Gonçalo Carvalho, Nicolas Tivani, Fabio Costa, Francisco Campos, Daniel Dias e Alex Diaz.

A 50 kms da meta Alex Diaz da Caja Rural - Seguros RGA atacava a partir do grupo de fugitivos e entrou na subida para Prados (2ª cat.) com 22 segundos de vantagem sobre o grupo perseguidor e cerca de 1 minuto para o pelotão.  

A subida acabaria por ditar o fim da aventura do ciclista da equipa espanhola, assim como o desmembramento do grupo da frente, que ficou reduzido a apenas 5 elementos, Gaspar Gonçalves, Gonçalo Leaça, Daniel Lima, Nicolas Tivani e Fábio Costa. Gonçalo Leaça venceu a passagem de Montanha e o pelotão seguia-os a 1:40m. A 30 kms da meta a vantagem da fuga estava cifrada a 1:51m, que contava agora com apenas 4 homens, após Gaspar Gonçalves ter descolado.

Apesar do ritmo elevado, a relação entre a fuga e o pelotão manteve-se estável, sempre a rondar o 1:20m, até à entrada para a penúltima ascensão do dia que levava os ciclistas até à cidade da Guarda. A Anicolor manteve-se à cabeça do pelotão na subida, imprimindo o ritmo e reduzindo as diferenças para os fugitivos. Fábio Costa tentou atacar já no final da subida, mas não fez descolar os seus rivais, valendo no entanto o máximo de pontos em disputa na passagem de montanha da Guarda.

A 7 kms da meta em plena descida para a subida final a fuga levava cerca de 30 segundos de vantagem sobre o pelotão e estava tudo em em aberto na luta pela vitória na etapa. Com o Tavira a assumir as despesas da corrida na ultima subida, o ritmo era elevado e não estava propicio a ataques. Dentro dos dois ultimos quilometros, o líder da juventude, Lucas Lopes, viu-se envolvido numa queda e descolava do grupo que ia perdendo unidades.

Com Afonso Silva a aumentar o ritmo já no empedrado da Guarda, Jesus Peña atacava de longe mas não conseguia abrir espaço. Surpreendentemente, Brady Gilmore da Israel Premier Tech Academy e Raul Rota da Radio Popular-Paredes-Boavista ultrapassam Peña, com o ciclista australiano a mostrar-se o mais forte no muro que antecedia a linha de meta, vencendo a etapa de forma categórica. Raul Rota fez segundo na jornada a 1 segundo do vencedor e Jesus Penã fechou o pódio no dia.