A terceira etapa da
Volta a França 2025 desenrolou-se de forma aparentemente tranquila no papel, mas escondeu uma tensão constante no seio do pelotão, causada sobretudo pelo vento de frente e pelo nervosismo latente em vésperas de etapas mais movimentadas. Para a
Team Visma | Lease a Bike, tratou-se de um dia sem grandes ambições competitivas, mas com foco total na proteção dos seus líderes e na prevenção de riscos - um objetivo plenamente cumprido.
“Tivemos vento de frente durante a maior parte do dia, o que criou algum nervosismo no pelotão”, analisou
Grischa Niermann, director desportivo da equipa holandesa,
num comunicado de imprensa após a etapa. “Também vimos isso no final, com as quedas. Hoje era um dia onde só tínhamos a perder. Felizmente não perdemos e todos cruzámos a linha de chegada em segurança. Foi mais um forte desempenho da equipa.”
A aproximação à meta em Dunkerque ficou marcada por múltiplos incidentes e quedas nos últimos cinco quilómetros, mas a Visma passou incólume pelo caos.
Wout van Aert, que até aqui tem mantido um perfil discreto, foi um dos que optou por uma abordagem cautelosa, privilegiando a segurança ao invés de se intrometer na luta pelos lugares da frente.
“No final a equipa veio um pouco para trás. No geral, consegui recuperar bem hoje. Espero sentir-me um pouco melhor amanhã, para poder lutar pela vitória da etapa”, disse Van Aert após cortar a meta.
Aos 30 anos, o belga ainda não mostrou sinais da sua habitual agressividade neste início de Volta a França, mas a quarta etapa, com chegada em Rouen, poderá ser o terreno ideal para mudar o rumo da sua corrida. As subidas explosivas nos quilómetros finais devem fazer a separação natural entre os sprinters mais puros e abrir o caminho para homens como Van Aert, que conjugam resistência, aceleração e leitura táctica num perfil único.