Imprensa internacional sem papas na língua para Del Toro e Carapaz após fracasso na etapa 20 do Giro: "Eles desistiram mesmo"

Ciclismo
domingo, 01 junho 2025 a 3:30
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O sonho de Isaac del Toro na Volta a Itália 2025 terminou de forma cruel nas encostas históricas do Colle delle Finestre. No palco onde Simon Yates encontrou redenção, o jovem mexicano viu escapar-lhe a Camisola Rosa, derrotado não apenas pela dureza da montanha, mas pelo peso psicológico da corrida.
A penúltima etapa prometia um duelo de titãs entre Del Toro e Richard Carapaz, dois trepadores latino-americanos de enorme talento. Em vez disso, assistimos a um jogo perigoso de hesitação e desconfiança, onde ambos se olharam demasiado e correram demasiado pouco. O britânico da Team Visma | Lease a Bike, oportuno e incisivo, aproveitou o momento e lançou um ataque destemido no Finestre. Chris Harper venceu a etapa, mas foi Simon Yates quem assinou a página de ouro.
No rescaldo, a analista Jip van den Bos não escondeu a perplexidade perante o que testemunhou. "Não tenho palavras para o que aconteceu", afirmou à Eurosport. "Que tipo de jogos vimos entre Carapaz e Del Toro? Eles desistiram mesmo. Eles simplesmente desistiram."
Isaac del Toro e Richard Carapaz fizeram marcação entre si e no fim Simon Yates ficou com os louros
Isaac del Toro e Richard Carapaz fizeram marcação entre si e no fim Simon Yates ficou com os louros
Enquanto Yates subia decidido e Wout van Aert esperava na fuga para oferecer apoio crucial, atrás reinava a paralisia. Carapaz esperava o movimento de Del Toro. Del Toro, pressionado e já a defender a Camisola Rosa mais com o coração do que com a força, hesitava, esperando por algo que nunca veio a acontecer.
"O que ele faz com esta ação... Del Toro não faz nada, mas também tinha de proteger a camisola", analisou van den Bos. "Estavam mais preocupados em marcar-se do que em vencer. Carapaz pensou: "faz alguma coisa tu também". Subestimaram completamente o Yates."
A Team Visma | Lease a Bike capitalizou na indecisão, montando uma operação cirúrgica: Van Aert ditou o ritmo depois do Finestre, enquanto Yates, isolado mas motivado, cavava minutos preciosos. A diferença abriu-se rapidamente, a cada quilómetro um golpe mais profundo nas aspirações dos rivais.
"No topo do Finestre, já estavam a 1:40", notou van den Bos. "E mesmo assim, Del Toro atrasou-se, optando por esperar pela equipa em vez de arriscar uma perseguição solitária. Era o momento para atacar, não para hesitar."
O medo venceu. Carapaz, já em quebra, limitou-se a controlar Del Toro. O mexicano, ainda com hipóteses matemáticas de salvar a Camisola Rosa, ficou perante um clássico dilema: reagir e expor-se, ou esperar e ver a corrida escapar?
"Corriam com medo de perder, não com ambição de ganhar", concluiu van den Bos. "Carapaz fazia bluff, Del Toro também, mas ninguém ousou arriscar tudo. Yates, pelo contrário, acreditou e atacou. E foi isso que fez a diferença."
No ciclismo, como na vida, hesitar é, muitas vezes, perder. E no Finestre, Simon Yates não hesitou.
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