Simon Yates vence o Giro e espanta o fantasma que o assombrou por 7 anos: "Trabalhei toda a minha carreira para este momento"

Ciclismo
domingo, 01 junho 2025 a 00:34
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Sete anos depois de ter vivido o seu maior colapso desportivo nas encostas do Colle delle Finestre, Simon Yates voltou a essa mesma montanha para escrever uma das histórias mais impressionantes do ciclismo moderno. Em 2025, o britânico da Team Visma | Lease a Bike utilizou a subida que lhe tinha roubado o sonho para finalmente vencer a Volta a Itália.
Em 2018, Yates dominara a corrida com autoridade até ao fatídico dia no Finestre, onde explodiu e viu Chris Froome partir para a vitória. Desde então, o britânico regressou a Itália ano após ano, carregando consigo a pressão e o peso de liderar equipas que, por vezes, não conseguiam enfrentar a força coletiva dos rivais.
Nesta edição, Yates chegou discretamente, sem o estatuto de favorito e com uma primavera marcada por lesões. A sua corrida foi exemplar: sólido nos contrarrelógios, prudente nos dias de transição e sempre atento, enquanto nomes como Primoz Roglic, Juan Ayuso e Isaac Del Toro atraíam os holofotes.
Simon Yates (verde) e Adam Yates (amarelo) no Tour 2023
Simon Yates (verde) e Adam Yates (amarelo) no Tour 2023
Mesmo na última semana, parecia que a vitória seria disputada entre Del Toro e Richard Carapaz, com Yates aparentemente fora da luta após perder tempo nas etapas 17 e 19. Mas o britânico manteve a calma. E no momento certo, no palco certo, atacou.
"Assim que vi o percurso, pensei que podia vir aqui e encerrar um capítulo. Talvez não para conquistar a corrida, mas pelo menos uma etapa, mostrar que ainda era capaz", contou Yates à TNT Sports. "Conseguir isto... nem consigo acreditar. Tenho de agradecer à minha equipa. Eles acreditaram em mim mesmo quando eu já duvidava."
Na base do Colle delle Finestre, Yates resistiu aos ataques iniciais de Carapaz e Del Toro. Quando a estrada empinou a sério, encontrou o seu ritmo e começou a abrir espaço. Lá atrás, o equatoriano e o mexicano envolveram-se num impasse tático, incapazes de colaborar numa subida onde apenas as pernas contam.
Com a vantagem a crescer, Yates isolou-se. A sua equipa, liderada por Wout van Aert na fuga, geriu de forma perfeita o que restava da corrida. Sem domestiques à sua volta, Del Toro e Carapaz viram o sonho escapar enquanto Yates, concentrado e determinado, subia para a vitória.
"A 200 metros da meta perguntei pelo tempo no rádio, porque até aí não queria acreditar. Só quando cruzei a linha é que me permiti sentir tudo. Ainda estou a tentar processar", revelou Yates emocionado. "Não sou uma pessoa muito emotiva, mas hoje não consegui conter as lágrimas. Trabalhei toda a minha carreira para este momento."
Amanhã, em Roma, Simon Yates confirmará aquela que é, sem dúvida, a maior conquista da sua carreira. Um triunfo de perseverança, de redenção e, acima de tudo, de talento puro.
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