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Volta a Espanha 2025 entrou na sua terceira semana com mais uma baixa inesperada. O espanhol
Javier Romo foi forçado a abandonar nos primeiros quilómetros da 16ª etapa, ainda ressentido da violenta queda sofrida no domingo, quando um manifestante anti-Israel invadiu a estrada durante a 15ª etapa.
O corredor da Movistar tinha conseguido concluir a etapa de Monforte de Lemos, mesmo com hematomas e dores evidentes, mas acabou por acusar os efeitos físicos no regresso à corrida. Sem grandes dificuldades no percurso inicial, Romo não conseguiu seguir em frente e abandonou, deixando a equipa ainda mais fragilizada numa Vuelta onde continua sem vitórias de etapa.
Um abandono com frustração acumulada
O incidente que o afastou foi insólito: um manifestante surgiu da floresta e caiu perto da fuga, provocando um momento de caos em que um polícia atravessou a estrada e um toque de rodas lançou Romo ao chão.
Apesar de ter terminado a etapa nesse dia, Romo não escondeu a revolta ao falar com o jornal
AS: “Ontem não pude gozar o dia de descanso. Estamos seis dias à espera que ele chegue e nem sequer pude sair com os meus colegas de equipa. Estou muito lixado.”
O espanhol, de 26 anos, lamentou sobretudo a forma como a situação desviou o foco da corrida: “Somos corredores que treinam todos os dias, que levam uma vida espartana e que são um exemplo para os jovens. Eles estão a receber outra coisa para ser mostrada e não o que nós estamos a fazer.”
Especulações e esclarecimentos
As câmaras de televisão chegaram a mostrar Romo a correr após a queda, o que alimentou rumores de que teria tentado ir atrás do manifestante. O ciclista esclareceu: “Não sei de onde é que isso veio. Mostrem-me o vídeo quando quiserem. Fui apenas buscar uma bicicleta ao carro da equipa.”
E acrescentou: “A minha primeira reação foi a reação comum de qualquer pessoa que é atirada ao chão a 50 km/h. Penso que poderia ter causado uma tragédia muito maior. Felizmente, só tenho nódoas negras. Peguei na segunda bicicleta e regressei ao pelotão para continuar o trabalho que estava a fazer.”
Uma perda para a Movistar
Romo tinha dado sinais de boa forma, com destaque para o 2º lugar na 12ª etapa, atrás de Juan Ayuso. A sua desistência representa mais um golpe para a Movistar, que continua a perseguir um triunfo na corrida.
Com a crescente tensão em torno dos protestos políticos e a sucessiva perda de elementos, a equipa espanhola enfrenta agora uma reta final da Vuelta com recursos ainda mais limitados, numa edição marcada tanto pela luta na estrada como pelas polémicas fora dela.