João Almeida é muitas vezes sinónimo de consistência, pódios e aproximações à vitória. Mas esta quinta-feira, na etapa 4 da
Volta ao País Basco, foi o dia do português da UAE Team Emirates – XRG brilhar a solo. Numa jornada marcada por subidas impiedosas e ataques em série, Almeida mostrou ser o mais forte trepador da corrida, conquistando uma vitória incontestável e vestindo a camisola de líder da classificação geral.
Como tem sido norma nesta edição da Volta ao País Basco, o ritmo desde o quilómetro zero foi vertiginoso. Vários nomes sonantes e forasteiros tentaram integrar a fuga do dia num terreno que não deu tréguas. Eventualmente, um grupo de luxo conseguiu destacar-se: Quinn Simmons, Finn Fisher-Black, Mauro Schmid, Marc Soler, Andrea Bagioli, Léo Bisiaux, Ben Healy, Alex Baudin e Sepp Kuss formaram a fuga do dia, mas a falta de cooperação entre eles impediu que a vantagem passasse dos dois minutos.
Atrás, o pelotão mantinha-se atento e sob controlo graças ao trabalho conjunto da Soudal – Quick-Step e da Bahrain-Victorious. A captura deu-se na base da subida final para Izua, uma parede com rampas que ultrapassavam os 15% de inclinação logo nos primeiros metros.
Foi aí que Santiago Buitrago tentou um movimento ambicioso, mas acabou por ceder. A subida era tão íngreme que só restava subir a ritmo constante — e o de João Almeida foi impossível de igualar. O português assumiu a dianteira com autoridade, abrindo espaço e deixando todos os rivais a lutar por limitar perdas.
Florian Lipowitz, Clément Champoussin e Alex Aranburu tentaram reagir, mas foram neutralizados já perto do topo por um grupo reduzido de favoritos, com Max Schachmann a perseguir a curta distância.
A diferença no topo da subida rondava os 30 segundos — e Almeida manteve-a até à meta em Markina-Xemein, onde celebrou isolado com 28 segundos de vantagem sobre o grupo da geral, comandado por Isaac del Toro e Schachmann. Foi uma exibição à altura dos grandes campeões, e um passo crucial rumo ao triunfo final na prova basca.