João Almeida terminou a 2ª etapa da
Volta a França 2025 na 15ª posição, com o mesmo tempo do vencedor, depois de ter preparado o sprint final para
Tadej Pogacar, anulando um ataque de Vauquelin e Jorgenson, com um grande trabalho. Ainda assim, alguns quilómetros antes, o ciclista português da
UAE Team Emirates - XRG foi apanhado na confusão gerada nas últimas subidas do dia e no seu entender não conseguiu cumprir totalmente o plano da equipa.
"Foi super agitado", começou por explicar Almeida no final da etapa. "A duas subidas do fim perdi posição porque foi super caótico e depois é impossível passar, porque a estrada está cheia de gente, cheia de ciclistas, por isso é o que é".
Apesar de ter chegado a ficar descolado após a última subida do dia, num momento em que apenas Pogacar, Vingegaard, Evenepoel, Van der Poel, Vauquelin, Laurance, Narváez e Grégoire estavam na frente de corrida, o português conseguiu reagir a tempo e ainda desempenhou um papel importante. "Consegui voltar e ajudá-lo [Narváez], mas não fiz exatamente o que queria fazer", reconheceu, numa análise honesta da sua prestação.
Questionado sobre o impacto do público nas subidas, Almeida não escondeu o desconforto com a forma como a corrida foi condicionada pelas barreiras, que estreitaram mais a estrada em zonas decisivas. "Sim, no final havia aquelas barreiras que eles fazem, mas no início não havia nada. Se quisermos passar, é impossível e isso é mau para as corridas, certo? Porque, na verdade, acaba por encaixotar a corrida".
A frustração do português não se ficou por aí. Na sua opinião, caso tivesse conseguido manter-se na frente do grupo, o desenrolar da etapa poderia ter sido diferente para a UAE. "Acho que se eu estivesse à frente talvez pudesse ajudar o Johnny naquele momento a puxar. Acho que podíamos ter, sim, tornado a corrida ainda mais difícil".
Mesmo assim, o corredor natural de A-dos-Francos mantém a serenidade habitual e prefere olhar para o que está por vir. "Sim, as coisas são como são".
Sobre a estratégia delineada antes da etapa, João Almeida foi claro: o objetivo passava por tentar vencer. "Não, só queríamos controlar a corrida e tentar ganhar. Claro que estava bastante vento e é impossível, bastante difícil, andar sozinho nestas estradas, mas sim, acho que não correu assim tão mal".
Apesar dos percalços, Almeida fecha com uma nota de otimismo e uma frase que já se tornou mantra nas grandes voltas: "Amanhã é outro dia".