Remco Evenepoel pode ser considerado o segundo melhor ciclista do momento - duplo campeão olímpico, atual campeão do mundo de contrarrelógio, pódio da Volta a França e muito mais, aos 24 anos - mas é impossível pagar-lhe 10 milhões de euros por época, segundo Johan Bruyneel. Para além de falar da possível dobradinha Giro-Tour do belga, Bruyneel rejeitou completamente o rumor de uma transferência multimilionária para a Red Bull - BORA - hansgrohe.
"Acho que há uma pista. Ele disse que quer voltar a sentir-se vencedor de uma Grande Volta... Há algumas notícias de que ele pode estar a considerar o Giro e o Tour. Faz sentido, ele já ganhou a Vuelta, por isso ele poderá ganhar o Giro se tiver um percurso bom para ele", disse Bruyneel sobre o ciclista da Soudal - Quick-Step no podcast The Move. "Ele também disse que nunca irá sacrificar a Liège-Bastogne-Liège. Por isso, Liège e o Giro são perfeitamente compativeis".
Nos últimos anos Evenepoel e Pogacar concentraram-se muito na "La Doyenne" e venceram-na. Este ano Pogacar também conseguiu uma extraordinária dobradinha Giro-Tour, o que, na opinião de Bruyneel, é agora uma possibilidade para o belga. "O percurso do Tour, a ausência de um contrarrelógio muito longo. Provavelmente este percurso não lhe é favorável. Ele vai voltar ao Tour para tentar estar no pódio novamente, penso que é lógico, seria uma evolução lógica para ele..."
"Mas o tipo é um vencedor e ser terceiro no Tour não é o objetivo do Remco Evenepoel. Ele anda de bicicleta para ganhar. Desse ponto de vista, penso que o Giro seria perfeito para ele", defende. Spencer Martin concorda:
"O Pogacar mostrou que não é restritivo, há cinco semanas entre o Giro e o Tour... É um período de tempo decente. Ele mostrou-nos que se estivermos bem, o Giro pode ser apenas um campo de treinos. O que me preocupa são as quedas e as condições climatéricas."
No entanto, Evenepoel também fez recentemente capas de jornal devido a uma alegada oferta por parte da Red Bull - BORA - hansgrohe que lhe oferecia um contrato de 10 milhões de euros, o director desportivo Klaas Lodewyck e três ciclistas de apoio. A proposta foi apresentada por Michel Wuyts numa reportagem para o Het Laatste Nieuws, mas Bruyneel não acredita de todo na veracidade da mesma e atacou o seu compatriota.
"Quando vi isso, disse: Isto é uma grande treta. Antes de mais, o tipo que lançou este boato é um tipo velho, foi um dos principais comentadores televisivos no passado, foi posto de lado e tenta fazer barulho para se manter relevante. É o Michel Wuyts. Na Bélgica chamamos-lhe 'o papa auto declarado do ciclismo'", disse Bruyneel. Os dois concordaram que este número não resulta de uma avaliação factual da situação, mas sim de uma má interpretação do antigo comentador.
"Ele saiu com aquela coluna e falou em 10 milhões. Em primeiro lugar, é impossível que o Evenepoel desista de um contrato de 10 milhões e, em segundo lugar, não conheço ninguém no seu perfeito juízo que pague 10 milhões a um ciclista. Se Pogacar ganha 8,5 milhões e é de longe o melhor ciclista, não há hipóteses".
Martin argumentou que a oferta teria sido de 5 milhões de euros por época, durante dois anos, mas a notícia foi publicada incorretamente. "Provavelmente alguém lhe disse 10 milhões, mas ele está a esquecer-se da parte da duração, ou seja, 10 milhões ao longo de vários anos. O contrato parece que era de dois anos".