O mercado do ciclismo foi abalado esta sexta-feira pela inesperada transferência de
Cian Uijtdebroeks para a
Movistar Team. O belga, apontado desde cedo como uma das grandes promessas do futuro, rescindiu com a Team Visma - Lease a Bike após duas temporadas, surpreendendo o pelotão e os adeptos da modalidade.
A equipa espanhola, tantas vezes criticada pela falta de líderes consistentes para as classificações gerais, encontra agora no jovem de 22 anos o parceiro ideal para Enric Mas, reforçando de forma decisiva as suas ambições para as Grandes Voltas.
Reacções imediatas à saída inesperada
A rescisão de contrato de Uijtdebroeks não deixou ninguém indiferente. Um dos primeiros a comentar foi José De Cauwer, especialista belga e compatriota do ciclista, numa análise para o Sporza. "Esta já é a sua terceira equipa aos 22 anos. Isso mostra alguma inquietação. Ele tem muita vontade e ambição, o que significa que está extremamente motivado", sublinhou De Cauwer.
O analista procurou também uma explicação lógica para a decisão. A presença de Jonas Vingegaard como líder indiscutível da Visma, aliada ao crescimento rápido do jovem Matthew Brennan, poderá ter levado Uijtdebroeks a concluir que o seu espaço na equipa estava demasiado limitado.
"Provavelmente fê-lo devido à presença de Vingegaard, que ainda é relativamente jovem e competitivo. E terá reparado na ascensão de Brennan. Perante esse cenário, é natural pensar que era melhor procurar outro contexto onde pudesse assumir mais riscos e responsabilidades", acrescentou.
Cian Uijtdebroeks junta-se à Movistar depois de rescindir contrato com a Visma
Relação desgastada e procura de estabilidade
De Cauwer foi mais longe, sugerindo que a ligação entre Uijtdebroeks e a estrutura neerlandesa já não estava no melhor momento:
"A Visma acompanhou o entusiasmo de Cian e saltou algumas etapas no processo do seu desenvolvimento. No fim, isso não beneficiou ninguém, até porque houve uma longa procura pela origem das suas lesões. Talvez tenha chegado um momento em que a equipa também tenha pensado: calma."
Para o especialista, a mudança poderá significar mais do que apenas uma troca de camisola:
"Talvez Cian encontre a paz em Espanha. Para mim, esta não é apenas uma história de encontrar um novo patrão, mas também de reencontrar-se consigo próprio. Antigamente procurava-se sobretudo ganhar experiência numa equipa, hoje isso já não é assim tão decisivo."