Há poucas semanas, havia uma nuvem de incerteza sobre o estado de saúde de
Jonas Vingegaard, na sequência da tal queda na Volta ao País Basco em abril, que mandou o dinamarquês para os cuidados intensivos. No entanto, na 11ª etapa da
Volta a França de 2024, Vingegaard pôs fim a todas as incertezas em grande estilo.
Agora há poucas dúvidas de que o duas vezes vencedor da camisola amarela é um candidato muito viável, mais uma vez, para a vitória na geral na corrida mais famosa do ciclismo. Na 11ª etapa, Vingegaard mostrou-se ao nível do seu rival
Tadej Pogacar, ao recuperar de uma quebra inicial para se aproximar do líder da
UAE Team Emirates e vencer a etapa num sprint a dois.
"Acho que poucas pessoas teriam previsto isso com antecedência", refletiu o
analista do Sporza, José De Cauwer, após a jornada. "Pode-se dizer que ele nos surpreendeu, porque todos nós assumimos que ele estava efetivamente duvidoso para começar, que é o que eles [a Visma] queriam que acreditássemos. Pensámos: já podemos estar contentes por ele estar à partida. E depois, na 11ª etapa, faz isto. Isso é sublime. E só se torna mais bonito".
Tadej Pogacar lidera o Tour de France com 1:04 para Evenepoel e 1:15 para Vingegaard
Mas será que Vingegaard ganhou a etapa ou Pogacar perdeu? Quando o líder da UAE Team Emirates atacou sozinho, aumentando rapidamente a sua vantagem para mais de 30 segundos, as coisas pareciam desanimadoras para Vingegaard e para os restantes adversários. No entanto, quando Pogacar começou a cansar-se, tendo mesmo alguns problemas de abastecimento e precisando pedir apoio ao carro de serviço neutro, Vingegaard recuperou a vantagem sobre o seu rival.
"Lembro-me especialmente de Pogacar dizer na entrevista posterior que não treinou nas subidas íngremes. Não se esqueçam que Vingegaard teve o apoio de Primoz Roglic na descida de Puy Mary, pelo que não perdeu mais 20 segundos", analisa De Cauwer.