Durante o campo de treinos em Benidorm, a UAE Team Emirates confirmou a presença de Juan Ayuso e Adam Yates na Volta a Itália de 2025. Resta saber se a dupla irá correr de forma estratégica na liderança da UAE Team Emirates ou trabalhar cada um para si próprio durante a corrida.
Ayuso teve problemas com os seus companheiros de equipa da UAE Team Emirates na Volta a França de 2024 quando deveria ter trabalhado no Galibier para Tadej Pogacar. Em conversa com a Bici Pro, o espanhol insiste que não está minimamente preocupado com o facto de o esloveno poder vir a assumir a liderança da equipa na Volta a Itália do próximo ano.
"Vou ao Giro e se o Tadej também for, seremos dois e não haverão problemas", começa Ayuso com um sorriso. "Estou completamente concentrado no Giro, é um dos meus maiores objectivos para a próxima época. Em termos de preparação, para mim nada mudará. Preparamo-nos sempre ao máximo, para ficarmos na melhor forma possível. Se o Tadej estiver presente correremos de uma forma, se ele não estiver presente tudo mudará, mas a concentração para o Giro não irá mudar."
Apesar de durante o ano terem sido noticiados momentos de alguma tensão no seio da UAE Team Emirates, por causa da falta de trabalho como domestique de Ayuso, o próprio espanhol insiste que respeita o atual campeão do mundo, embora não queira os conselhos de Pogacar. "Penso que tudo é mais fácil para o Tadej do que para qualquer um de nós, por isso é muito difícil receber conselhos dele. Ele é o melhor do mundo e tudo o que faz faz com que pareça mais fácil do que realmente é", explica Ayuso. "Tenho muitos amigos fora do ciclismo que não vêm muitas corridas. Depois vêm o Tadej a fazer certas coisas e pensam que é normal e eu digo-lhes que não é. O Tadej é um bom tipo para se ter por perto e é melhor tê-lo do nosso lado do que como adversário."
"Ele é o melhor do mundo. É como quando se vê o Messi com a bola e como ele finta toda a gente. Isso pode parecer fácil, mas depois vemos os outros e percebemos que eles não conseguem fazer o mesmo. Acho que no ciclismo ele é como o Messi", acrescenta Ayuso. "Se ele é considerado o melhor ciclista do mundo atualmente, acho que para fazer melhor do que ele tenho de estar no papel dele. Mas se eu disser uma coisa dessas, o que é que vocês vão dizer na imprensa sobre isto? Por isso, vou apenas dizer que um dia gostaria de ser melhor do que ele, porque ele é o melhor ciclista do mundo. Sonho em ser como ele, por isso, para o conseguir, tenho de o vencer. Claro que não quero que isto crie um mal-entendido, porque o Tadej não é um rival, mas sim a minha bitola. Ele coloca a fasquia num patamar alto e nós temos de tentar alcançá-lo".