Ao fim de dez etapas da
Volta a França 2025,
Tadej Pogacar mantém-se impassível no topo da classificação geral, com uma vantagem de 1:17 sobre
Jonas Vingegaard. A primeira fase da corrida foi tudo menos tranquila, mas a UAE Team Emirates - XRG tem conseguido responder a todos os desafios com sangue-frio e uma consistência impressionante. Com os Pirenéus no horizonte, cresce a expetativa em torno da capacidade da
Team Visma | Lease a Bike de virar o rumo da prova.
Tentativas ousadas, mas ineficazes
Na etapa 10,
Matteo Jorgenson ensaiou um ataque determinado na subida final, tentando testar Pogacar numa rara oportunidade. “Estes primeiros 10 dias têm sido explosivos, muito stressantes. Só tivemos uma etapa de montanha, mas as diferenças já são muito grandes na geral”, analisou o norte-americano, em declarações ao CyclingNews. “Acho que vai ser um dos Tours mais difíceis de sempre.”
Jorgenson reconhece que a equipa tem procurado criar oportunidades, mesmo sem sucesso. “Tentamos dar o nosso melhor nestes primeiros dias para encontrar uma abertura. Não a encontramos, mas vamos continuar assim. Felizmente, trouxemos alguns trepadores muito bons para nos acompanharem.”
Yates vence, mas UAE permanece inabalável
Simon Yates, reforço importante da Visma para esta edição do Tour, deu um importante sinal de forma ao vencer uma etapa, mostrando-se combativo nas fases mais exigentes. No entanto, a estrutura montada pela UAE tem conseguido controlar a corrida com autoridade. Ainda não houve momento em que os rivais conseguissem colocar Pogacar verdadeiramente em apuros.
“A Emirates fez uma corrida forte e ainda não conseguimos ultrapassá-los, mas foi bom tentar”, afirmou
Sepp Kuss. “À semelhança de outros anos, agora somos nós os outsiders, por isso temos de ser um pouco mais criativos do que apenas ir o mais rápido possível na última subida.”
Criatividade em vez de força bruta
A Visma sabe que não pode vencer esta Volta a França apenas pela força ou pela superioridade numérica. Sem o domínio absoluto de outras edições e com Pogacar num momento de forma notável, a equipa neerlandesa está a procurar soluções táticas menos convencionais. “Penso que cada equipa tem táticas diferentes: algumas seguem mais as regras, outras não, mas no final, em etapas como esta, podemos ser um pouco mais criativos”, sugeriu Kuss.
Apesar de ainda não terem encontrado o ponto fraco da formação da Emirates, a confiança interna mantém-se. “Nunca se sabe quando os vamos vencer, no papel não é assim tão fácil, mas temos de esperar pelo momento”, continuou Kuss. “Eles estão a correr muito bem, muito fortes, e têm uma grande equipa. Só temos de nos concentrar no nosso desempenho, ver o que conseguimos tirar de nós próprios e partir daí.”
Espírito de equipa e confiança em alta
Independentemente da desvantagem, o ambiente dentro da Visma permanece positivo. “Estivemos sempre juntos onde precisávamos de estar e foi um prazer”, referiu Kuss. “Também me estou a divertir muito com o grupo e rimo-nos muito, por isso é um ambiente muito bom.”
A proximidade das etapas decisivas nos Pirenéus poderá alterar a paisagem da classificação geral, mas até ao momento, Pogacar tem respondido com solidez e domínio técnico. A Visma tem os nomes e o historial para inverter a situação, mas, como o próprio Kuss reconheceu, talvez tenha chegado a hora de reinventar a forma como se tenta ganhar a Volta a França.