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Critérium du Dauphiné do ano passado,
Remco Evenepoel brilhou no contrarrelógio, mas revelou fragilidades nas etapas de montanha. Ainda assim, essa preparação revelou-se ideal para a Volta a França e para
Patrick Lefevere, a prioridade não é vencer já, mas sim construir a melhor condição física para julho.
"O Remco venceu o contrarrelógio individual, assumiu a liderança, mas depois cedeu nas altas montanhas. Isso gerou desilusão e dúvidas, inclusive no próprio Remco, que é um vencedor nato. Eu, por outro lado, estava satisfeito", escreveu Lefevere na sua coluna no Het Nieuwsblad. Após ter ajustado o seu peso e melhorado a condição fisica, Evenepoel apresentou-se mais sólido nas montanhas durante a Volta a França e graças à sua capacidade no contrarrelógio e consistência geral, conquistou um lugar no pódio ao lado dos principais favoritos.
"Pela simples razão de existirem seis semanas entre o fim do Dauphiné e o fim da Volta a França. Estar no topo da forma agora, implica manter esse pico durante mais seis semanas. O Remco mostrou o ano passado que sabe o que é que precisa fazer para chegar bem à Volta."
Jonas e Tadej lado a lado na disputa pela vitória no Tour de 2024
Com isso em mente, Lefevere encara o Dauphiné como uma antevisão valiosa, mas sublinha que os dias decisivos da Volta a França ainda estão longe. Uma forma demasiado precoce pode ser traiçoeira para quem ambiciona triunfar em julho.
"Podemos assumir que
Jonas Vingegaard e
Tadej Pogacar também sabem que ainda não é altura de estar no máximo", destaca o ex homem forte da
Soudal - Quick-Step. "Vejo, no entanto, algumas diferenças. Vingegaard não compete desde a Paris-Nice, por isso vai querer testar-se antes do Tour."
Sobre Evenepoel, Lefevere acrescenta: "Remco também se pode testar, mas não me importaria se ele perdesse algum terreno. Costuma-se dizer que é preciso levar uma 'martelada' antes de se atingir a melhor forma."
Quanto a Pogacar, Lefevere é prudente: "Ele corre sempre para ganhar, mas tem acumulado mais dias de competição do que os outros. Um dia terá de poupar energias, a menos que tenha uma reserva infinita de forças, o que, por vezes, parece ser o caso."