Lilian Calmejane teve uma carreira como ciclista relativamente popular no pelotão e também como alguém que alcançou muito, tendo como ponto alto da carreira uma vitória em etapa na Volta a França de 2017. Este inverno, vai retirar-se do ciclismo profissional e falou sobre
Tadej Pogacar, os seus desempenhos e as suspeitas de
doping que recaem sobre o esloveno.
"Olhemos para os Jogos Olímpicos deste ano, para Léon Marchand, muitos devem ter dúvidas sobre o que ele fez. Ou o maior de todos os tempos, Usain Bolt. Haverá sempre pessoas ultra-dominantes", disse Calmejane numa entrevista ao Cyclism'Actu.
"Mas quem é que diz que Tadej Pogacar vai continuar a este nível durante cinco anos? Não tenho a certeza. É normal que hajam dúvidas, o ciclismo é um desporto difícil, com um passado escandaloso, e isso vai continuar durante muito tempo".
Depois da extraordinária temporada de 2024, em que venceu 25 corridas, entre as quais dois monumentos, o Campeonato do Mundo, duas Grandes Voltas e 12 vitórias em etapas - além de ter números em subidas que bateram recordes -, muitas pessoas que acompanham o desporto começaram a pensar no desporto de há 20, 30 anos.
O ciclismo continua a ser afetado pelo seu histórico de atletas que recorreram ao doping para melhorar significativamente os seus desempenhos e alcançar grande sucesso com isso, ganhando uma reputação dentro do desporto como um onde estes atos são regulares. Apesar de ter ganho mais credibilidade nos últimso anos, as dúvidas nunca podem ser totalmente dissipadas e, atualmente, com o sucesso de Pogacar, surgem naturalmente muitos comentários sobre a veracidade das suas prestações.
Acontecendo tanto fora do pelotão, só se pode imaginar que o mesmo se passa dentro do pelotão. Mas Calmejane, ciclista do World Tour desde 2021, não partilha desse sentimento e sai também em defesa do ciclista da UAE Team Emirates: "Como ciclista profissional, não podemos deixar-nos influenciar por isso e pensar que todos fazem batota".