Mathieu van der Poel fala sobre fadiga, comparações de Merckx com Pogacar e o seu foco no futuro

Ciclismo
terça-feira, 07 outubro 2025 a 16:35
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Mathieu van der Poel é talvez o único ciclista do pelotão profissional capaz de fazer frente Tadej Pogacar em certas corridas, tendo batido o esloveno em dois monumentos - Milan-Sanremo e Paris-Roubaix. Numa entrevista recente, o holandês abordou a sua fadiga actual, explicou a decisão de não correr o Campeonato do Mundo, comentou a comparação entre Pogacar e Eddy Merckx e refletiu sobre o seu próprio percurso no ciclismo.
Van der Poel admite que pegou cedo demais na bicicleta após uma Volta à França extenuante, o que deixou marcas físicas e mentais. "Tentei recomeçar a pedalar demasiado cedo, mas o meu corpo não estava preparado. Mental e fisicamente, precisava de descansar. Em agosto e setembro tive muitas dificuldades. Normalmente treino mais do que o necessário, mas desta vez foi o contrário", explicou ao Het Laatste Nieuws. Reconheceu que faltou a mais sessões do que as que realizou e concluiu, algo que nem Wout van Aert ou Pogacar também fizeram após o Tour, pois precisaram de descanso psicológico.
Apesar de uma campanha de primavera de enorme sucesso, incluindo vitórias em clássicas e um bom desempenho no Critérium du Dauphiné e na própria Volta à França - com uma vitória numa etapa e duas passagens com pela camisola amarela - van der Poel sentiu a diferença face à recuperação de Pogacar. "Com o Tadej, ele parece recuperar rapidamente. Se virmos como ele voltou a voar ultimamente. A pressão aumentou, as corridas são mais duras, o estilo mudou e tudo se acumula com os treinos em altitude e longos períodos de preparação. Como líder, temos de estar sempre prontos", comentou.

Gestão da fadiga psicológica

Van der Poel reforça a importância de fazer atividades fora da bicicleta para evitar um esgotamento, numa época de quase 12 meses de intensa concentração. "Para mim, é o golfe. Muitos jovens ciclistas não têm descanso mental. Estão demasiado concentrados na bicicleta e quando algo corre mal, ficam presos ao problema", explicou.
Durante as férias na América, o holandês manteve distância das movimentações dos rivais e não se arrepende da decisão de não competir no Campeonato do Mundo. "Não se deve correr só porque há a hipótese de ganhar. Pogacar poderia dominar sozinho. Mandei-lhe uma mensagem para o felicitar e ele respondeu que estava contente por eu não estar lá", afirmou. A corrida, dada a predominância dos trepadores, não seria adequada ao seu perfil e ele ainda está longe da sua melhor forma, mesmo tendo feito preparação para o Campeonato do Mundo de BTT.
Van der Poel também comentou a comparação de Pogacar com Eddy Merckx: "É impressionante, parece tão fácil. O novo Merckx pode não ser a comparação correta, porque o seu nome é Pogacar, mas para nós é um pouco como quando o Merckx corria. No terreno dele, Pogacar pode fazer o que quiser."
Reconhecendo a importância de jogar com as suas forças, van der Poel salientou: "Em Sanremo e em Roubaix consegui vencer o Pogacar, mas isso não me dá falsas esperanças em corridas mais duras. No terreno dele não sou ameaça. Mas isso dá-me motivação extra para estar pronto na próxima primavera."
O holandês de 30 anos admite que a idade moldou o seu estilo de corrida com sucesso: "As corridas bonitas são agradáveis, mas somos julgados por vencer. Aprendi a concentrar-me no que mais me convém e isso levou-me longe."
Quanto ao Campeonato do Mundo de BTT, van der Poel mantém o objetivo "Não vou abandonar o BTT enquanto não alcançar o que pretendo, mesmo que nunca o consiga. É pela mesma razão que Pogacar corre na Flandres e em Roubaix. Para ter um desafio."
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