Com apenas 19 anos,
Matthew Brennan protagonizou uma exibição notável na sua estreia na
Paris-Roubaix, terminando num impressionante 11.º lugar naquela que é uma das corridas mais duras e emblemáticas do calendário mundial. O jovem britânico da Team Visma | Lease a Bike enfrentou os melhores do pelotão com coragem e consistência ao longo dos 260 quilómetros do Inferno do Norte — e não escondeu o espanto.
“Sim, acho que foi surreal… Quando estás ali com 20 tipos que são os melhores do mundo, começas a pensar: como é que eu vim aqui parar?”, disse Brennan ao
Cycling Pro Net após cruzar a meta no velódromo de Roubaix. “Mas dei tudo o que tinha.”
A corrida tomou um rumo inesperado para o estreante quando o seu colega de equipa e líder designado, Wout van Aert, começou a sentir dificuldades. A partir daí, Brennan teve liberdade para lutar pelo seu próprio resultado.
“Na altura, o Wout não se sentia bem e disse-me para aproveitar a oportunidade. Começou até a trabalhar um pouco para mim… Quando o Wout van Aert trabalha para ti, ficas tipo: uau.”
Apesar do apoio e do desempenho firme, o desgaste acumulado acabou por cobrar o seu preço nos últimos quilómetros.
“Infelizmente fiquei sem energias”, confessou. “Sendo jovem, ainda não tenho a capacidade de manter aquele ritmo depois dos 210, 220 quilómetros. Acabei por explodir. Mas adorei cada momento.”
A experiência foi marcada também pelo ambiente único dos lendários sectores de paralelos, que marcaram profundamente o jovem ciclista.
“Foi espetacular… Foi mesmo emotivo passar por ali. Quando há centenas de pessoas a gritar o teu nome… Não há nada igual.”
Do ponto de vista técnico, Brennan elogiou o sistema de ajuste de pressão dos pneus usado pela Visma, que se revelou uma arma importante ao longo da jornada.
“Nas zonas de asfalto no início, foi uma enorme vantagem. Não andas com a pressão ideal para os paralelos, mas assim que entras neles, a condução torna-se muito mais suave. Tens mais conforto e muita mais tração, sobretudo nas curvas. É uma daquelas balas que tens no bolso. Acho que é um sistema muito bom.”
E voltaremos a ver Brennan no Inferno do Norte?
“Sem dúvida”, respondeu com um sorriso.