Mattias Skjelmose corre contra o tempo para recuperar da queda na Flèche e estar à partida da Liege-Bastogne-Liege: "Dói-me um pouco e estou inchado como uma esponja"

Há poucos dias, Mattias Skjelmose vivia um dos momentos mais altos da sua jovem carreira, depois de ter surpreendido o campeão do mundo Tadej Pogacar e o campeão olímpico Remco Evenepoel, conquistando de forma emocionante a vitória na Amstel Gold Race. No entanto, a euforia deu rapidamente lugar à preocupação: abalroado na La Flèche Wallonne na passada quarta-feira, as esperanças do dinamarquês de alcançar a sua primeira vitória num Monumento, já este domingo na Liege-Bastogne-Liege, estão agora em dúvida.

"Dói um pouco mais do que gostaria. Mas o segundo dia é, normalmente, o pior. Agora veremos - só deve melhorar até domingo", admitiu Skjelmose em declarações à TV2 Sport, mantendo a intenção de alinhar na partida apesar das dores provocadas pelas nódoas negras e pelas queimaduras de abrasão resultantes da queda.

"Não há dúvida de que posso correr. Só me dói um pouco e estou inchado como uma esponja", explicou o talentoso ciclista de 24 anos, revelando ainda que recorreu a métodos naturais para acelerar a recuperação. "Falei com Mikael Kyneb [terapeuta da Lidl-Trek] para saber que tipo de chá deu ao Mads Pedersen quando ele caiu na Dwars door Vlaanderen no ano passado. Tenho tomado açafrão, gengibre e limão. Acho que está a ajudar. A dor parece ser provocada por uma inflamação que está a pressionar tudo. Estamos a tentar várias técnicas para reduzir ao máximo essa inflamação".

Apesar das limitações físicas, Skjelmose mantém a determinação de estar competitivo na clássica belga. Embora admita que a preparação final tem sido tudo menos ideal, o dinamarquês mostra espírito de sacrifício na tentativa de encerrar a primavera em grande. "A sensação não é a melhor e tenho andado demasiado agasalhado para suar o mais possível", confessou. "Não é propriamente divertido, mas só falta mais um grande esforço nesta primavera e depois poderei descansar. Por isso, estou disposto a sofrer para o conseguir".

Se Skjelmose conseguir recuperar a tempo e repetir o brilhantismo que exibiu na Amstel Gold Race, poderá muito bem voltar a intrometer-se entre os dois grandes favoritos - Pogacar e Evenepoel - na luta pela vitória em Liège. Apesar das circunstâncias adversas, o dinamarquês promete não baixar os braços no Monumento onde sonha deixar a sua marca.