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Volta a França 2025 entrou na sua fase final após o último dia de descanso, esta segunda-feira, 21 de julho. Com Tadej Pogačar firmemente instalado na liderança e uma vantagem de 4 minutos e 13 segundos sobre Jonas Vingegaard, a
UAE Team Emirates - XRG parece caminhar com passo firme rumo a um quarto título da prova para o esloveno. No entanto, dentro da estrutura da equipa, impera a prudência.
Joxean Matxin Fernández, diretor desportivo da formação, falou à Marca com uma mensagem clara: ainda há muita corrida pela frente. “É preciso ser sempre cauteloso”, alertou. “Veja-se o dia do Tourmalet, por exemplo”, referiu-se à 14.ª etapa, marcada pelo abandono de Remco Evenepoel. “A descida era difícil, húmida e com nevoeiro. Nessas condições, é preciso decidir como descer. Não era o momento de correr riscos.”
A UAE conhece bem os imprevistos que o Tour pode trazer. A queda de João Almeida logo na primeira semana, que obrigou o português a abandonar, foi um dos golpes mais duros para a formação. “Não éramos assim tão bons antes e não somos assim tão maus agora”, refletiu Matxín, procurando relativizar os altos e baixos. “Estas coisas acontecem nas corridas. A equipa que temos aqui é espetacular. Mas se o Pavel [Sivakov] adoecer, como já aconteceu com o Almeida, temos de saber reagir. A união e a força do grupo têm sido fundamentais. Valorizo imenso o empenho dos nossos ciclistas. São todos de uma honestidade tremenda, e isso é o que mais aprecio.”
O responsável espanhol não poupou elogios ao desempenho de Jhonatan Narváez, uma das peças-chave no xadrez montado em torno de Pogačar. O equatoriano foi decisivo tanto na vitória no Mur-de-Bretagne como nas rampas iniciais de Hautacam. “O Jonny é dos melhores do mundo em esforços de cinco minutos. Mas mostrou que vai muito além disso. Quer a trabalhar com o Tadej, quer com o Van der Poel, tem estado brilhante. Adaptou-se de forma extraordinária aos esforços mais longos, como no sábado”, destacou Matxín, sublinhando o papel versátil do ciclista.
Apesar do revés com Almeida, o balanço até agora é francamente positivo para a Emirates. A equipa já soma cinco vitórias em etapas: quatro para Pogačar, e uma de Tim Wellens, que triunfou isolado na 15.ª etapa após um ataque audaz a 43 quilómetros da meta.
Com a Camisola Amarela vestida pelo seu líder, a UAE Team Emirates - XRG parte para a última semana do Tour com ambição. E se a solidez coletiva já foi posta à prova, o que aí vem poderá trazer ainda mais. Mais três ou quatro vitórias em etapas? Não é um cenário impossível. Como recorda Matxín, nesta corrida tudo pode mudar num instante e ninguém na equipa quer deixar nada ao acaso.