Diretor da Lidl-Trek admite preocupação com a Camisola Verde de Jonathan Milan na Volta a França: "Nunca pensei que tivesse de lutar contra Pogacar"

A Volta a França de 2025 aproxima-se da sua última semana com um cenário que poucos antecipavam: Tadej Pogacar, já destacado na liderança da geral, é também um sério candidato a conquistar a Camisola Verde e a Camisola da Montanha, para além claro da Amarela. Se tal se concretizar, o esloveno pode protagonizar uma façanha raríssima na história da prova, e um pesadelo logístico para o protocolo do pódio final.

Jonathan Milan, da Lidl-Trek, segue na frente da classificação por pontos, com uma vantagem de 28 pontos sobre Pogacar. Mas a escassez de oportunidades para os sprinters até Paris começa a inquietar a formação italiana. "Vai ser muito difícil lutar pela camisola verde", reconheceu Steven de Jongh, diretor desportivo da Lidl-Trek. "Pogacar pode jogar como quiser. A classificação por pontos é um dos objetivos que nos propusemos para o Tour, juntamente com a vitória em etapas. Uma chegou, duas escaparam. Vamos lutar pelos sprints intermédios, mas não vamos mudar o nosso estilo de corrida. Por isso, vamos dar o nosso melhor nas restantes etapas e tentar ganhar pelo menos mais uma."

Mesmo com uma vitória já garantida nesta edição do Tour, Milan sabe que a disputa pela camisola verde não será vencida à espera de um sprint final em Paris. "Nunca pensei que tivesse de lutar contra o Tadej, mas nesta altura vou dar o meu melhor em cada chegada e em cada sprint intermédio", afirmou o gigante italiano, cuja consistência lhe tem permitido manter-se na liderança por agora.

No entanto, a ameaça de Pogacar é real. O esloveno tem pontuado com frequência nos sprints intermédios, e com o domínio absoluto da UAE Team Emirates - XRG, pode continuar a fazê-lo nas etapas montanhosas, onde Milan dificilmente marcará presença.

Na sombra desta batalha, surge Mathieu van der Poel. O neerlandês da Alpecin-Deceuninck ocupa o terceiro lugar da classificação por pontos com 210, a 41 de Milan e apenas 13 atrás de Pogacar. Sem ambições na geral e com liberdade total para perseguir pontos e triunfos, Van der Poel pode ainda surpreender e baralhar as contas nos dias restantes.

Com poucos sprints em linha até Paris, a luta pela camisola verde será travada, cada vez mais, nos detalhes, nos sprints intermédios dispersos pelo percurso, nas fugas inesperadas e nas decisões táticas à margem dos grandes confrontos nas montanhas. Milan continua líder, mas Pogacar, imparável e omnipresente, pode muito bem reescrever mais uma vez os livros da história da Volta a França.