Joxeán Fernández Matxín, diretor desportivo da
UAE Team Emirates - XRG, está a liderar João Almeida na Volta ao País Basco, mas tem igualmente os olhos postos na estreia de
Tadej Pogacar na
Paris-Roubaix, marcada para este domingo. Em declarações ao programa El Partidazo de Cope, o dirigente espanhol revelou os bastidores desta surpreendente decisão.
"É emocionante. É uma experiência absolutamente nova para um ciclista que, provavelmente, não tem o perfil típico para a Paris-Roubaix, mas que tem a coragem de enfrentar novos desafios e, acima de tudo, que não se contenta em competir apenas nas provas onde pode brilhar naturalmente", começou por afirmar.
Uma decisão com planeamento prévio
Matxín explicou que a ideia foi discutida antes mesmo do campo de altitude da equipa. "Como este ano não vamos disputar a Volta a Itália, foi o momento certo para experimentar algo novo. Quando se prepara o Giro, entramos numa lógica completamente diferente: estágios de altitude, cargas específicas... e isso torna mais difícil preparar o pavé. Este ano havia margem para tentar algo diferente", revelou.
A abordagem de Pogacar não podia ser mais direta. "Quando experimentou os paralelos este ano, veio ter comigo e, com a sua humildade característica, perguntou-me se havia espaço para ele na equipa. O que é que se responde a Tadej Pogacar?", riu Matxín.
Van der Poel é o favorito
Sobre os candidatos à vitória, o diretor espanhol foi claro. "Van der Poel tem de ser o número um. Não apenas porque venceu nas duas últimas edições, mas porque é um ciclista de clássicas muito mais adequado do que Pogacar, sem dúvida. Num terreno plano, um ciclista com mais massa corporal pode gerar mais potência absoluta, o que faz a diferença."
Ainda assim, não fecha a porta a uma boa prestação do esloveno, que continua a surpreender o mundo do ciclismo pela sua versatilidade.
Roubaix? Risco como qualquer outro
Questionado sobre os perigos da corrida, Matxín rejeitou a ideia de que Roubaix seja excessivamente arriscada. "Sinceramente, não acho que seja mais perigosa do que outras provas. As quedas são parte do ciclismo. Pogacar caiu em Liège e partiu o escafoide porque o ciclista à frente dele caiu. Também caiu na Strade, quando liderava, e felizmente nada de grave aconteceu. O risco faz parte do ADN do nosso desporto", afirmou.
E confirmou: Pogacar vai alinhar, mesmo que chova.