A estreia de Pogacar em Roubaix: Um marco histórico no ciclismo

Ciclismo
sexta-feira, 11 abril 2025 a 12:00
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Este domingo marca um momento histórico no ciclismo: a estreia de Tadej Pogacar na Paris-Roubaix. Pela primeira vez, o ciclista mais completo da era moderna vai enfrentar o "Inferno do Norte". Alguma vez uma estreia nesta corrida foi tão aguardada?
Pogacar não chega a Roubaix como um simples estreante — chega como campeão do mundo, campeão das Grandes Voltas e vencedor de Monumentos. A sua presença eleva automaticamente esta edição de Roubaix a algo maior. Não é apenas mais uma clássica: é um momento com potencial para redefinir o desporto.

Uma temporada histórica

Em 2024, Pogacar realizou o impensável: venceu a Volta a Itália, a Volta a França e o Campeonato do Mundo. Uma tripla coroa que apenas Merckx e Stephen Roche haviam conseguido antes. E fê-lo à sua maneira — atacando, encantando e dominando.
Mas por mais incrível que tenha sido esse feito, vencer Roubaix em 2025 pode ser o capítulo mais simbólico de todos. É um dos dois Monumentos que lhe faltam (o outro é a Milan-Sanremo) e, ao contrário da Liège ou da Lombardia, Roubaix é uma prova que nunca foi desenhada para ciclistas do seu perfil.
Van der Poel não consegue vencer Pogacar em Milão-Sanremo
Van der Poel não consegue vencer Pogacar em Milão-Sanremo

Uma prova que desafia todas as regras

Historicamente, os candidatos à geral de Grandes Voltas evitam Roubaix. O risco é demasiado grande, o retorno pouco claro. Mas Pogacar não corre como os outros. Ele procura a plenitude, desafia o convencional. A sua entrada em Roubaix não é apenas uma tentativa de vencer — é uma declaração de intenção.
O resultado da Volta à Flandres, onde derrotou Van der Poel, deixou a rivalidade a um empate na primavera: 1-1. Agora, em Roubaix, o desempate pode decidir mais do que uma rivalidade. Pode definir uma era.
Mas Roubaix não é a Flandres. Não há Koppenberg, não há Kwaremont. Só 55 km de paralelos brutos, entrecortados por zonas técnicas e traiçoeiras. A floresta de Arenberg, Mons-en-Pévèle e o Carrefour de l’Arbre vão testar Pogacar como nunca antes.

O grande obstáculo

Com 66 kg, Pogacar enfrenta adversários bem mais pesados e potentes neste terreno. Van der Poel, Van Aert, Pedersen, Ganna. O tipo de ciclistas que esmagam os paralelos com força bruta. A vitória aqui raramente sorri aos mais leves.
Mas Pogacar é Pogacar. E ele já provou que não existem impossíveis no seu dicionário. Ganhou a Flandres com ataques a 50 km da meta. Ganhou os Mundiais com um ataque a 100 km do fim. E venceu Giro e Tour no mesmo ano. Porquê duvidar agora?
Depois das clássicas, Pogacar vai voltar a concentrar-se na Volta a França
Depois das clássicas, Pogacar vai voltar a concentrar-se na Volta a França

A Herança de Merckx

Se vencer em Roubaix, Pogacar igualará feitos apenas alcançados por Merckx, De Vlaeminck e Van Looy: vencer os cinco Monumentos. Já tem a Lombardia (4x), Liège (2x), Flandres (2x). Só lhe falta Roubaix e a Milan-Sanremo.
Mais do que uma questão de palmarés, é uma redefinição do que um ciclista moderno pode ser. A era da especialização está a ser desafiada. E Pogacar é o rosto desta mudança.

Risco Máximo. Legado Maior.

Roubaix é cruel. Prega partidas aos grandes. Boonen, Sagan, Cancellara, Vanmarcke — todos experimentaram glória e desilusão nos paralelos mais duros do ciclismo. Pogacar entra neste cenário brutal pela primeira vez, sem o conforto das subidas onde costuma brilhar. Mas com a vontade de fazer história.
E se vencer? Podemos recordar este domingo como o dia em que o ciclismo mudou para sempre.
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