Michel Wuyts apela à mudança após a queda na Volta ao País Basco: "Acabem com esta miséria. Parem a prova. Parem a Volta ao País Basco!"

Ciclismo
sexta-feira, 05 abril 2024 a 15:00
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As imagens dos ciclistas espalhados pelo chão após a grande queda na etapa 4 da Volta ao País Basco são imagens que ficarão na memória de todos os que as testemunharam.

Michel Wuyts, especialista belga em ciclismo, foi um dos espetadores e ficou horrorizado com o que viu. "Basta ser mãe de um jovem ciclista... Ou namorada. Ou sobrinho. Ou o pai, por outro lado, duro, então desviou o olhar ontem à tarde. Depois do horror do que viu", escreve Wuyts para a HLN. "Corredores a andar a uma velocidade vertiginosa, por razões ainda inexplicáveis, em frente, a deslizar para uma vala de betão desprotegida ou a saltar de frente em frente, deslizando, tombando e arrancando a casca das árvores. Para uma floresta desolada, onde se contorciam de dor, permaneciam imóveis ou lutavam para se endireitar e arrastavam-se apoiados por um braço que os ajudava."

"Talvez tenha desligado o ecrã. E decidiu não assistir a mais nenhuma corrida durante um mês", continua Wuyts com tristeza. "Eu compreenderia isso perfeitamente. Uma pessoa não assiste a uma corrida para ver jovens a definhar. Para os ver sofrer horrivelmente."

A confusão que se instalou após a queda, para saber se a etapa continuaria ou não, também deixou o belga pouco impressionado. "Respondo em voz alta: 'Não posso. Acabem com esta miséria. Parem a prova. Parem a Volta ao País Basco!", recorda. "As ambulâncias ficam à espera durante um tempo agonizante. São poucas para transportar todos os corredores caídos. Os hospitais são contactados. Perguntam-lhes se podem acolher todas as vítimas. Não, isto não é uma zona de guerra, isto é uma corrida".

"O pelotão já não quer andar para a frente. Chega a andar, mas é neutralizado. Após a neutralização brutal de uma série de colegas, esta é a única reação concebível", conclui. "O que se segue não é motivo de riso. Suspender as corridas durante um mês. Convocar um Estado Geral, com representantes de todas as partes. Reúnam ciclistas, chefes de equipa, diretores de equipa, organizadores, médicos, dirigentes da UCI e especialistas em segurança e elaborem um plano. Um plano com vários pontos, ponderado, inovador, de grande alcance. Até aos coletes de absorção de impacto. O que a Fórmula 1 foi capaz de fazer, o ciclismo também deve ser capaz de o fazer. O momento é urgente. O momento é agora".

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