O anúncio da suspensão de
Oier Lazkano pela União Ciclista Internacional (UCI) não apanhou o pelotão totalmente de surpresa, mas as consequências foram imediatas e significativas para todas as partes envolvidas. O ciclista espanhol foi dispensado pela
Red Bull - BORA - hansgrohe, que teve de reagir publicamente, enquanto a
Movistar Team também se viu obrigada a emitir um comunicado, já que as anomalias detetadas no passaporte biológico dizem respeito aos anos em que Lazkano correu na equipa de Unzué.
A Movistar foi, de facto, quem mais explicações teve de dar. As irregularidades nos valores sanguíneos de Lazkano foram registadas entre 2022 e 2024, precisamente as três temporadas em que o espanhol vestiu as cores da equipa. Nenhum registo anómalo foi identificado fora desse período. “Durante as três temporadas de relação contratual com o Sr. Lazkano (das cinco a que se refere o estudo da UCI), todos os controlos a que foi submetido pelos diferentes organismos nacionais e internacionais, bem como os internos da própria equipa, deram resultado negativo”, afirmou a Abarca Sports, empresa proprietária da Movistar Team, num comunicado oficial.
Os detalhes do caso permanecem pouco claros e não é conhecido o motivo pelo qual a suspensão provisória só foi aplicada agora, tendo em conta que as anomalias datam de há mais de três anos. A Movistar insiste, contudo, que não tinha qualquer conhecimento prévio da situação. “Em virtude disso, era materialmente impossível conhecer, ou sequer intuir, qualquer anomalia como a que agora se apresenta no processo aberto pela União Ciclista Internacional”, acrescentou a estrutura espanhola.
A suspensão de Lazkano surge poucos dias depois da de outro ex-ciclista da Movistar, o brasileiro Vinicius Rangel, embora por razões diferentes. Face à sucessão de casos, a equipa espanhola procurou reafirmar a sua posição institucional: “A Abarca Sports reitera mais uma vez, com absoluta firmeza, o seu compromisso inabalável por um ciclismo limpo e transparente. Para tal, redobraremos com determinação todos os esforços, controlos e medidas que temos vindo a promover até à data.”
Oier Lazkano: O ex Campeão Espanhol de estrada está suspenso preventivamente pela UCI
Red Bull - BORA - hansgrohe afasta o espanhol
Num comunicado separado, a Red Bull - BORA - hansgrohe confirmou a rescisão imediata do contrato com Oier Lazkano. A nota emitida pela equipa alemã foi breve e sem espaço para interpretações: “Confirmamos que Oier Lazkano não fará mais parte da nossa equipa. Esta decisão surge na sequência da suspensão provisória imposta pela UCI. O caso diz respeito às épocas 2022-2024, um período anterior à sua entrada na nossa equipa.”
Com a investigação em curso, o futuro de Oier Lazkano no ciclismo profissional permanece incerto. O caso, contudo, volta a colocar sob escrutínio o sistema de passaporte biológico e a forma como as equipas e as autoridades lidam com a detecção tardia de irregularidades.