OFICIAL: Rui Costa anuncia o final de carreira - "Fui abençoado por viver o meu sonho"

Ciclismo
sexta-feira, 31 outubro 2025 a 18:54
costa
Chegou ao fim uma das carreiras mais marcantes do ciclismo português. Rui Costa, campeão do mundo em 2013 e vencedor de três etapas na Volta a França, anunciou oficialmente a sua reforma do ciclismo profissional, encerrando um percurso de 18 anos no pelotão internacional. O português de 39 anos, que representou a EF Education-EasyPost nas duas últimas épocas, deixa o desporto com um legado de 33 vitórias, inúmeras demonstrações de inteligência tática e uma reputação sólida como capitão de estrada e homem de equipa.
“O ciclismo fez-me muito feliz! Chegou o momento de me reformar. Para desfrutar da companhia dos meus entes queridos, para estar presente nos pequenos e grandes momentos, e para viver calmamente o que tantas vezes foi adiado”, escreveu o português no Instagram. “Fui abençoado por viver o meu sonho, por vencer, por cair e levantar-me, e por ter sempre o meu anjo da guarda comigo em cada curva do caminho.”

Um percurso de 18 anos ao mais alto nível

Rui Costa tornou-se profissional em 2007, ao serviço da equipa Benfica, antes de ingressar na Caisse d’Epargne (atual Movistar) em 2009. Foi aí que viveu os anos mais gloriosos da carreira, culminando com o título mundial em Florença, 2013, um feito inédito para o ciclismo português.
Seguiram-se passagens pela Lampre-Merida, UAE Team Emirates, Intermarché - Wanty e, por fim, pela EF Education-EasyPost. Durante esse período, construiu uma carreira marcada pela consistência e pela capacidade de vencer tanto em provas de um dia como em corridas por etapas.
“Agradeço a todas as equipas que fizeram parte desta jornada e à Seleção Portuguesa, foi um orgulho imenso levar a nossa bandeira aos quatro cantos do mundo”, escreveu o ciclista, enumerando as formações pelas quais passou e agradecendo também aos clubes e treinadores que o acompanharam desde a base.

Um ano difícil antes do adeus

A temporada de 2025 foi exigente para o português, que não participou em nenhuma Grande Volta e enfrentou problemas de saúde que limitaram o seu rendimento. Ainda assim, mostrou-se competitivo na segunda metade do ano, somando bons resultados e encerrando a carreira com uma vitória no Campeonato Nacional de Portugal de 2024, o último triunfo da sua longa caminhada.
“A todos os que acreditaram, torceram, ajudaram e estiveram comigo. Do fundo do meu coração, obrigado. Hoje encerro um capítulo. Mas a paixão pelas duas rodas... essa nunca vai acabar.”
A última vitória de Rui Costa como profissional foi nos campeonatos nacionais de 2024. @Sirotti
A última vitória de Rui Costa como profissional foi nos campeonatos nacionais de 2024. @Sirotti

Uma carreira lendária

Rui Costa ficará para sempre associado à épica vitória no Campeonato do Mundo de 2013, em Florença, sob chuva intensa, quando derrotou Joaquim Rodríguez, Alejandro Valverde e Vincenzo Nibali. Foi um triunfo histórico, obtido com frieza tática e resistência notável, uma das maiores façanhas da história do ciclismo nacional.
Além do título mundial, conquistou:
  • Três etapas na Volta a França (2011 e duas em 2013).
  • Três vitórias consecutivas na Volta à Suíça (2012, 2013 e 2014).
  • Vitórias no GP de Montréal (2011), Volta à Arábia Saudita (2023) e Volta a Espanha (2023);
  • Pódios na Il Lombardia e Liège-Bastogne-Liège.
Conhecido pela sua inteligência em corrida e pela capacidade de gerir o esforço com mestria, Rui Costa conquistou respeito dentro e fora do pelotão. Mesmo sem nunca brilhar nas classificações gerais das Grandes Voltas, o português construiu uma carreira sólida, coerente e vitoriosa, ao longo de 18 participações em Grandes Voltas e 34 presenças em monumentos.
Em 2023, com a Intermarché - Wanty, voltou a vencer no WorldTour, mostrando que a chama da competitividade ainda ardia. A vitória de etapa na Volta a Espanha foi o último grande momento de glória antes da transição para a EF Education-EasyPost, onde encerrou a carreira.

O legado de um campeão

Mais do que as vitórias, Rui Costa deixa um legado de profissionalismo, resiliência e dignidade. Foi o rosto de uma geração que elevou o nome de Portugal no ciclismo internacional e inspirou jovens a seguir o mesmo caminho.
A despedida é serena, mas a paixão permanece viva.
“Fui abençoado por viver o meu sonho. Venci, caí, levantei-me. Hoje encerro um capítulo, mas a paixão pelas duas rodas nunca vai acabar.”
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