"Não é algo que eu queira comentar" - João Almeida, agora a frio, evita falar em tensões internas na Emirates nesta Volta a Espanha

Ciclismo
segunda-feira, 01 setembro 2025 a 17:54
JoaoAlmeida
Com o primeiro dia de descanso da Volta a Espanha 2025 a oferecer um raro momento de pausa, João Almeida preferiu jogar à defesa quando questionado sobre as tensões internas da UAE Team Emirates - XRG. Após uma nona etapa em Valdezcaray que expôs fragilidades coletivas e deixou o português a perder segundos cruciais, Almeida manteve o discurso otimista, sem entrar em polémicas sobre a falta de apoio nos momentos decisivos.
Aos 27 anos, o ciclista ocupa o 3.º lugar da geral, a 1:15 do líder Torstein Traeen (Bahrain - Victorious) e a 38 segundos de Jonas Vingegaard (Team Visma | Lease a Bike), vencedor da etapa 9 e o homem que mais agitou a classificação geral. Apesar do revés, Almeida mostrou-se confiante ao jornal Marca:
“É 1 minuto e 15 na estrada, não é intransponível. Ainda estamos na luta. A Vuelta é longa e há muitas etapas difíceis pela frente, por isso haverão muitas hipóteses de ganhar tempo, e de o perder também.”

Silêncio sobre Ayuso e críticas passadas

A etapa 9 ficou marcada pelo isolamento do português na subida final, algo que levantou críticas à equipa e em especial a Juan Ayuso, ausente no momento-chave. Almeida, que no calor do pós-corrida tinha dito “esperava mais dos meus colegas”, optou por baixar o tom no dia de descanso: “A equipa apoiou-me bastante durante todo o dia e tive o Jay Vine a ajudar-me a reduzir a diferença. Talvez não estivéssemos a 100% e talvez também não tivesse mudado nada. Nunca saberemos… O ciclismo é assim.”
Perante perguntas diretas sobre possíveis falhas de execução tática, Almeida respondeu curto: “Não é algo que eu queira comentar. Isso faz parte do passado. Agora temos de nos concentrar nas etapas que temos pela frente.”

Rivais, cansaço e a promessa de atacar

Com Ayuso fora da luta pela geral, todas as fichas da UAE recaem sobre Almeida. O português acredita que a dureza acumulada poderá jogar a seu favor, sobretudo contra Jonas Vingegaard, que já correu e terminou em 2º lugar na Volta a França em julho: “Ele também correu o Tour, isso deixa sempre um pouco de cansaço. Esperamos que a última semana possa esticar isso. Mas o mérito é dele, que é (um ciclista) de topo e está em grande forma.”
Nos próximos dias, Almeida terá de enfrentar chegadas em alto sucessivas, o contrarrelógio individual e o temido Angliru, antes de uma penúltima etapa que pode redefinir a corrida. Inspirado pela agressividade de Tadej Pogacar, promete não ficar à espera: “Quando me sinto bem e surge a oportunidade, já não fico apenas sentado na roda. Tento atacar. E vamos continuar a tentar de todas as formas possíveis.”

Uma equipa sob escrutínio

Enquanto Almeida olha para a frente, a narrativa em torno da UAE continua a centrar-se nas fissuras entre os líderes e na falta de coesão em torno de um objetivo claro. Se essa união surgirá ou não na segunda metade da corrida é a grande incógnita.
Para já, João Almeida mantém a ambição intacta: a camisola vermelha pode estar mais distante, mas continua ao alcance, desde que tenha pernas… e equipa.
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