"Não me surpreenderia se Evenepoel abandonasse" Armstrong, Hincapie e Wiggins discutem sobre a 13ª etapa da Volta a França

Ciclismo
sábado, 19 julho 2025 a 11:11
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A 13ª etapa da Volta a França voltou a agitar a classificação geral, com a crono escalada em Peyragudes a fazer diferenças importantes. Os trepadores subiram em estilos distintos e com configurações de bicicleta variadas, mas com resultados igualmente díspares.
No podcast The Move, Lance Armstrong começou por resumir aquilo que muitos pensam: o domínio de Tadej Pogacar já não surpreende. "Tadej Pogacar ganhou o contrarrelógio, como se esperava. É a 21ª vitória da sua carreira na Volta a França e a quarta este ano. Não há muito a dizer sobre o Tadej, é apenas o Tadej a fazer as coisas do Tadej".
Apesar da previsibilidade no topo, houve espaço para surpresas, nem todas positivas. Remco Evenepoel foi talvez o maior derrotado do dia, depois de uma prestação muito abaixo do esperado, fora do top 10 da etapa. "Houve algumas prestações muito boas, como a de Tadej, e outras não tão boas, como a de Remco. Mais um dia difícil para ele", comentou Armstrong.
O americano foi ainda mais longe ao analisar o momento do belga: "Jonas conseguiu passar Remco, o campeão olímpico de contrarrelógio, por isso vai sentir-se melhor. Para o belga, as luzes estão a apagar-se rapidamente nesta Volta a França, ele está muito desmoralizado, vê-se sempre quando se vai ser apanhado e acho que ele não podia esperar que isto acontecesse".
A imagem do dia: Evenepoel a ser ultrapassado por Vingegaard
A imagem do dia: Evenepoel a ser ultrapassado por Vingegaard
George Hincapie, companheiro de Armstrong no podcast, concordou: "Sim, ele não parece estar a divertir-se, está a afundar-se lentamente. O Tadej optou por andar numa bicicleta normal e mesmo assim tirou 5 segundos ao Jonas na parte plana, ficámos chocados e assustados. Numa partida como aquela é normal ganhar 5 segundos por km numa bicicleta de estrada".
Bradley Wiggins também refletiu sobre o estado psicológico de Evenepoel: "O Remco é um vencedor, carrega o peso de uma nação nos ombros. Há muita pressão sobre ele e ele coloca muita pressão sobre si próprio. Este tem sido o seu principal objetivo durante todo o ano e, bem, ele deve ter ficado envergonhado hoje. Ele é um dominador do contrarrelógio e, mesmo que tenha sido uma crono escalada, não deixa de ser doloroso. O facto é que ele ainda está no pódio".
Apesar da má prestação, Evenepoel manteve o 3º lugar, mas o risco de o perder já hoje é real. "O principal drama e a principal ação no resto do Tour será a luta pelo pódio. Remco, um campeão do mundo e olímpico que ganhou muitos contrarrelógios ao longo da sua carreira, pode dizer-se com segurança que nunca foi ultrapassado num contrarrelógio na sua vida", sublinhou Armstrong.
Spencer Martin resumiu com ironia: "Ele acabou de perder um minuto para Luke Plapp, um bom contrarrelogista, mas não um homem da geral, e ainda está no pódio, essa é a parte louca. O problema para ele é que só faltam as montanhas, não há contrarrelógio, Lipowitz está apenas a 6 segundos dele e parece que o vai perseguir".
A conversa acabou com um tema delicado: poderá Evenepoel abandonar a corrida? Martin lançou a pergunta e Wiggins não hesitou: "Não tenho a certeza. Não me surpreenderia se ele abandonasse a corrida, porque parece estar completamente desmoralizado. É difícil continuar no Tour quando não se tem nada por que lutar. Quanto é que ainda tem nas pernas para lutar? Quando não vão, não vão".
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