"Não se pode fingir que não está a acontecer nada" - Kwiatkowski critica a forma como a UCI lidou com os protestos na Vuelta

Ciclismo
terça-feira, 16 setembro 2025 a 8:26
Kwiatkowski
A Volta a Espanha 2025 ficará para a história não apenas pela vitória de Jonas Vingegaard, mas sobretudo pelas perturbações sem precedentes que marcaram a corrida. Desde os primeiros dias, os protestos pró-palestinianos condicionaram a prova com etapas encurtadas, neutralizações inesperadas e, por fim, o cancelamento da chegada a Madrid. No rescaldo, várias vozes do pelotão pronunciaram-se sobre o impacto deste cenário, entre elas Michał Kwiatkowski, veterano da INEOS Grenadiers.
O polaco recorreu ao Twitter para manifestar a sua frustração e não poupou críticas aos órgãos dirigentes. “Se a UCI e os organismos responsáveis não conseguiram tomar as decisões corretas suficientemente cedo, então, a longo prazo, é muito mau para o ciclismo que os manifestantes tenham conseguido o que queriam”, escreveu.
Para Kwiatkowski, o problema vai muito além da interrupção da corrida: “Não se pode fingir que não está a acontecer nada. A partir de agora, é claro para todos que uma corrida de ciclismo pode ser usada como um palco eficaz para protestos e da próxima vez só vai piorar, porque alguém permitiu que isso acontecesse e olhou para o outro lado.”
As palavras refletem uma preocupação crescente no pelotão: a vulnerabilidade do ciclismo face ao seu formato aberto, que sempre foi visto como uma das grandes virtudes da modalidade. Num contexto político tenso, essa abertura transformou-se numa ameaça concreta à segurança e continuidade das corridas.
Também os adeptos foram fortemente afetados. Momentos que deveriam ser marcantes, como o sprint em Bilbao, o duelo no Angliru ou a consagração final em Madrid, acabaram em confusão, frustração ou abandono. Para Kwiatkowski, esse foi o maior prejuízo: “É uma pena para os adeptos que vieram aqui assistir a um grande evento. Pessoalmente, teria preferido saber de antemão que a prova tinha sido cancelada, em vez de ser levado a acreditar que tudo ia correr bem.”
No balanço final, a vitória de Vingegaard fica manchada pelo caos que envolveu a corrida e pela perceção de que o ciclismo enfrenta agora um desafio estrutural para garantir segurança, continuidade e respeito pelos adeptos.
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