Novos pormenores sobre a queda de Jonas Vingegaard na Volta ao País Basco: "O Jonas já nos tinha avisado sobre aquela corrida e descida específica há seis meses"

Jonas Vingegaard caiu numa descida que já conhecia e para a qual tinha alertado. Um final terrível para a sua Volta ao País Basco, o ciclista da Team Visma | Lease a Bike estava mesmo ciente de que a descida de Olaeta era muito perigosa.

Markus Laerum, diretor executivo da Safe Cycling - que presta consultoria de segurança e apoio às corridas de ciclismo - falou ao Sporza sobre o incidente que marcou a etapa 4. "Foi uma imagem terrível, mas acima de tudo muito frustrante de ver acontecer. Especialmente porque o Jonas já nos tinha avisado sobre essa corrida e descida específica há seis meses", revela. "Um dos nossos parceiros de discussão na altura era o Jonas. Ele partilhou connosco muitas ideias. Sobre os perigos gerais da corrida, mas também sobre etapas específicas. E foi aí que surgiu o País Basco e esta descida."

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Esta descida foi previamente descrita como bastante perigosa, apesar de não ser demasiado técnica. Foi a quantidade de solavancos na estrada, presumivelmente devido ao desenvolvimento de raízes de árvores sob o alcatrão, que fez desta curva um perigo que muitos ciclistas não previram. As imagens da queda captadas pela mota mostram claramente como vários corredores passaram por cima do alcatrão esburacado no momento em que a estrada virou à direita. Os organizadores também foram questionados sobre a inclusão deste troço de estrada no percurso deste ano, "mas nunca recebemos uma resposta", partilhou Laerum.

"Percebem agora porque é que foi tão frustrante ver a corrida hoje? Foi uma merda. As quedas vão sempre acontecer na corrida, mas ainda podemos melhorar muitas coisas. A comunicação entre os organizadores e os ciclistas, por exemplo. Ou os próprios organizadores. Há conversas entre eles, mas nada é realmente partilhado. Esperamos ser esse megafone que falta".

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A queda teve consequências que poucos poderiam prever, para esta corrida, para as Ardenas e talvez para a própria Volta a França. Jonas Vingegaard sofreu uma fratura da clavícula, de várias costelas, um pulmão perfurado e uma contusão pulmonar. Por este motivo, não poderá andar de bicicleta durante um período de tempo significativo.

"Uma indicação precoce de perigo é o que os ciclistas mais desejam e nos dizem com mais frequência", conclui Laerum. "Muitas vezes tentamos resolver este problema com setas em luz LED ou mesmo sinais auditivos. Muitos condutores disseram hoje, por exemplo, que a superfície da estrada era perigosa e irregular. Não é estranho que isso não seja indicado? Como organização, é muitas vezes difícil mudar de rumo, mas podemos dizer aos nossos ciclistas que podemos ajudar, avisando-os, claro. Estas são pequenas coisas, mas esperamos que possam ter um grande impacto no futuro".

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