Este fim de semana, a época dos Monumentos começa a sério com a Milan-Sanremo. Entre os homens apontados como favoritos está o trio de estrelas Tadej Pogacar, Mathieu van der Poel e Tom Pidcock. Para o ícone italiano Vincenzo Nibali, o conselho que dá a Pidcock é claro: não perder os outros dois de vista.
"Seguir Van der Poel ou Pogacar. Ele é o menos favorito dos três e precisa de atacar depois deles. Quando segue os ataques deles, precisa de tentar ser ligeiramente conservador para poder atacá-los novamente", explica Nibali, ele próprio vencedor da Milan-Sanremo em 2018, numa análise aprofundada publicada no site oficial da equipa de Pidcock, a Q36.5 Pro Cycling Team. "É muito difícil. Consegui fazê-lo algumas vezes na minha carreira. Na descida da Lombardia, em Sheffield (na Volta a França 2014)..."
"A Sanremo é o monumento mais técnico. Para a vencer, é preciso criatividade e a capacidade de aproveitar o momento. Não se pode decidir antecipadamente onde se vai atacar", continua Nibali, explicando o que é necessário para conseguir a vitória na Milan-Sanremo, algo que Pogacar tem tentado alcançar nos últimos anos sem sucesso. "Por exemplo, um ano decidi que tinha de esperar e só atacar no Poggio. Por isso, esperei, esperei, esperei. Depois, no Poggio, não fui capaz de lançar o meu ataque. É preciso saber improvisar, estar sempre com a máxima atenção, porque as coisas podem mudar de um momento para o outro."
"Uma coisa que fiz em 2018 foi passar à frente totalmente todos os eventos pré-corrida: a apresentação, o encontro e a saudação com o presidente da Câmara de Milão... Tive uma preparação pré-corrida totalmente descontraída. Não senti o peso das expetativas sobre mim", recorda Nibali sobre o seu próprio sucesso. "Também sabia que, se tivesse uma vantagem no topo do Poggio, não podia fazer a descida a todo o gás, porque já tinha tentado isso um ano e, como é uma descida técnica, gasta-se demasiada energia a acelerar em cada curva e chega-se ao final da descida vazio. Por isso, sabia que tinha de fazer a descida rapidamente, mas sem acelerar demasiado à saída das curvas. Além disso, é preciso memorizar a descida do Poggio, porque todas as curvas parece ter de se travar quando se entra nelas, mas, na realidade, não curvas bastante rápidas. Todos os anos, antes da corrida, devemos refrescar a memória, percorrendo-a até a termos completamente memorizada."
Na opinião de Nibali, há três palavras-chave que qualquer candidato à vitória na Milan-Sanremo 2025 deve ter em conta: "Criatividade, concentração, improviso", conclui.
📍 𝐶𝑖𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑎, 𝑃𝑜𝑔𝑔𝑖𝑜.
— Milano Sanremo (@Milano_Sanremo) March 20, 2025
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