O Desafio Pogui veio para ficar: "1.189 ciclistas de 36 países, cerca de 40% deles estrangeiros"

Ciclismo
terça-feira, 14 outubro 2025 a 16:00
Tadej Pogacar
O Desafio Pogi, novo evento de ciclismo realizado em Komenda, terra natal de Tadej Pogacar, promete afirmar-se como uma tradição anual. A primeira edição, disputada no último domingo, transformou-se numa verdadeira celebração do ciclismo e da popularidade global do campeão mundial esloveno, poucos dias depois da sua quinta vitória consecutiva na Il Lombardia.
“Tivemos uma sorte incrível em ter alguém como o Tadej”, afirmou Tevž Ribič, líder do projeto, em declarações ao Siol.net. “Só o facto de mencionar o seu nome foi suficiente para que tudo arrancasse.”

Uma estreia com alcance mundial

O evento, realizado nas estradas que viram nascer o ciclista esloveno, reuniu 1.189 ciclistas de 36 países, cerca de 40% deles estrangeiros. O formato foi simples mas original: todos os participantes partiram juntos, enquanto Pogacar iniciou a prova alguns minutos depois, tentando alcançar o pelotão antes do topo da subida de 11 quilómetros até Krvavec.
Apesar de ter registado o tempo mais rápido do dia e ultrapassado 1.188 ciclistas, o esloveno foi batido pelo ciclista amador britânico Andrew Feather, especialista em subidas curtas e explosivas.
A ideia nasceu no início do ano pelas mãos de Simon Rožnik, diretor da agência desportiva Extrem, com o propósito de criar algo autêntico em torno da ligação de Pogacar à comunidade local. “Há já algum tempo que o Simon queria organizar algo especial para o Tadej e para a sua família”, explicou Ribič. “Quando apresentámos a ideia à família Pogacar, eles mostraram-se extremamente abertos. Foi aí que começámos a desenvolvê-la seriamente, em janeiro.”
O percurso escolhido, entre Komenda e Krvavec, tem um simbolismo profundo: foi ali que Pogacar conquistou a sua primeira vitória em competição e é uma das suas rotas de treino habituais. Ainda assim, o impacto do evento superou todas as expectativas. “Isto mostra a força internacional do nome do Tadej”, destacou Ribič. “Não foi uma corrida doméstica, tivemos ciclistas vindos de todo o mundo.”

Logística e ambiente à altura de um campeão

Organizar o Pogi Challenge foi o maior desafio logístico da equipa. Cerca de 150 pessoas estiveram envolvidas na produção do evento, entre voluntários e membros da equipa Pogi. As condições meteorológicas adversas quase ameaçaram a prova, com neve a cair de forma inesperada em altitude, mas o tempo acabou por abrir no dia da corrida.
“Acreditei que o sol iria aparecer e assim foi”, contou Ribič. “Krvavec é imprevisível. Durante a semana esteve sol e 20 graus, no fim de semana tudo mudou. Mas no final, não houve feridos nem incidentes, e tudo correu sem problemas. Não podíamos ter pedido mais.”
O espírito festivo prolongou-se para além da competição. A banda de rock eslovena Siddharta animou a chegada e as bermas da estrada encheram-se de adeptos a apoiar tanto profissionais como amadores.

Um futuro em construção

Com a estreia concluída com sucesso, os organizadores já pensam na continuidade do projeto. “Gostaríamos de o tornar num evento tradicional”, confirmou Ribič. “Queremos que o Tadej se sinta descontraído, que não seja uma corrida de contrarrelógio ou algo centrado em métricas de desempenho. Trata-se de uma celebração do ciclismo, tanto para os adeptos como para os ciclistas.”
O Desafio Pogi encerrou uma temporada histórica para Pogacar: o esloveno tornou-se o primeiro ciclista a terminar no pódio de todos os cinco monumentos no mesmo ano, defendendo ao mesmo tempo os títulos de campeão do mundo e de vencedor da Volta a França.
Mas para os organizadores, o sucesso da iniciativa transcende as vitórias do campeão. “Este evento é sobre a ligação entre o ciclismo e as pessoas. Queremos construir algo duradouro, significativo e aberto a todos. E isso começa aqui, em Komenda”, concluiu Ribič.

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