"Quero vencê-lo enquanto está no topo da carreira, não quando estiver em declínio" Paul Seixas de olhos postos em Pogacar

Paul Seixas não esconde as suas ambições. Aos 19 anos, o jovem francês da Decathlon AG2R La Mondiale Team já é visto como uma das maiores promessas do ciclismo mundial e após um notável 7º lugar na Il Lombardia, deixou claro o seu objetivo: não apenas aproximar-se de Tadej Pogacar, mas superá-lo no seu auge.

Falando no Bistrot Vélo da Eurosport, poucos dias depois da Clássica das Folhas Mortas, Seixas foi direto. “Não se trata de o vencer quando ele estiver em declínio, mas sim de o vencer quando ele está ao seu melhor nível”, afirmou. “É esse o patamar a que temos de chegar se quisermos ganhar as maiores corridas.”

O respeito de Seixas pelo ciclista esloveno é evidente. Durante a sua primeira época como profissional, o francês cruzou-se com Pogacar em quatro grandes momentos - no Critérium du Dauphiné, no Campeonato do Mundo, no Campeonato da Europa e na Lombardia. Em todas essas ocasiões, o esloveno saiu vitorioso, mas Seixas deixou a sua marca. “No imediato, não”, reconheceu. “Todos sabemos ao nível em que ele está. Vamos treinar para o tentar vencer, é isso que é o ciclismo. Ainda há muitos passos a dar e muito trabalho pela frente, sem dúvida.”

Apesar da diferença abissal de experiência, Seixas vê Pogacar como uma referência e não como um inimigo. “Ele é um dos ciclistas mais completos que existem”, explicou. “Qualquer que seja a corrida, ele está sempre pronto para ganhar. Seja de montanha, clássica ou contrarrelógio, quer dure dois minutos ou uma hora, ele é o mais forte. É incrível. Ele inspira-me, porque mostra o que é ser versátil e competitivo em qualquer terreno. Estamos a tentar perceber como é que ele o faz.”

O jovem Luso descendente sabe que a diferença geracional é significativa - oito anos de diferença para Pogacar - mas encara isso com tranquilidade. “Não fazemos parte da mesma geração. A certa altura, se tudo correr bem, ele começará a declinar. Isso acontecerá antes de mim. Mas o meu objetivo não é vencê-lo quando estiver a descer de nível, é vencê-lo enquanto estiver no topo da sua carreira.”

Longe de se deixar levar pela pressa, Seixas aposta num crescimento sustentado. “Ainda tenho muito caminho a percorrer. Há tantos passos a dar até chegar a esse nível. Prefiro lembrar-me de que tenho tempo para crescer. Não vale a pena dizer que tenho de estar ao nível dele em dois anos. Quero continuar a evoluir ao meu ritmo e tornar-me a melhor versão de mim próprio.”