"Treinar não é apenas uma questão de números e dados" A arma secreta da Red Bull - BORA para levar Remco Evenepoel a subir de nível

Ciclismo
terça-feira, 14 outubro 2025 a 16:55
Remco Evenepoel
Quando Remco Evenepoel vestir oficialmente as cores da Red Bull - BORA - hansgrohe em 2026, o impacto da transferência irá muito além da simples troca de camisola. O belga passará a trabalhar sob a orientação de Dan Lorang, uma das mentes mais respeitadas no desempenho de ciclismo de elite, conhecido pela sua abordagem metódica, científica e, acima de tudo, humana. Para a equipa alemã, trata-se da combinação ideal para reduzir a diferença que separa Evenepoel do homem que define o padrão do ciclismo moderno: Tadej Pogacar.

O arquiteto do rendimento invisível

O nome de Lorang pode não ressoar tanto quanto o dos ciclistas que treina, mas o seu currículo fala por si. Há quase uma década na estrutura da BORA-hansgrohe, o luxemburguês construiu uma reputação sólida como estratega silencioso, impulsionando o crescimento da equipa desde os seus primeiros anos no World Tour até à elite mundial.
“Treinar não é apenas uma questão de números e dados”, explicou Lorang à HLN. “Tem a ver com o lado humano, em construir uma relação de confiança com o atleta.”
A filosofia de Lorang, moldada pelo seu passado no triatlo, centra-se tanto na ciência como na empatia. No triatlo, o treino individualizado é regra, no ciclismo tornou-se uma vantagem competitiva. E é essa simbiose entre tecnologia e psicologia que o treinador quer aplicar a Evenepoel.
Antes de se tornar um dos técnicos mais influentes do pelotão, Lorang sonhava com uma carreira no futebol. Uma lesão num joelho desviou-o para as ciências desportivas e mais tarde para o triatlo, onde orientou nomes lendários como Jan Frodeno, múltiplo campeão mundial do Ironman. A sua assinatura: precisão, estrutura e uma atenção quase obsessiva aos detalhes.
Desde que chegou à BORA-hansgrohe em 2016, desempenhou um papel decisivo na transformação da equipa. O CEO Ralph Denk não tem dúvidas: “O Dan moldou não só os nossos ciclistas, mas também a identidade da própria equipa. É uma das razões pelas quais nos tornámos uma referência no topo do ciclismo mundial.”

Evenepoel e a busca por um novo patamar

Para Remco Evenepoel, esta mudança representa muito mais do que um novo equipamento. Depois de sete temporadas na Soudal - Quick-Step, o belga procurava uma estrutura mais ampla e personalizada e Lorang encaixa perfeitamente nesse perfil.
Agora com 25 anos, Evenepoel já é campeão do mundo, vencedor de monumentos e vencedor de uma Grande Volta. Mas a ambição dele é clara: bater Pogacar, o rival que se tornou sinónimo de supremacia.
“Não há uma fórmula única para todos”, sublinha Lorang. “O meu trabalho é encontrar o que funciona melhor para cada atleta. O objetivo não é a perfeição, é o progresso.”
Vencer Pogacar não se resume a watts ou métricas. Exige um planeamento meticuloso, uma gestão inteligente da carga física e uma mentalidade inabalável. O próprio Lorang reconhece isso: “Pequenas e consistentes melhorias conduzem a grandes mudanças ao longo do tempo. O meu papel é criar o ambiente em que vencer se torna possível.”
Na Red Bull - BORA - hansgrohe, essa missão tornou-se uma prioridade. A chegada de Evenepoel e a nova função de Lorang simbolizam uma viragem estratégica: apostar numa cultura de performance sustentável, desenhada à medida dos seus líderes.

Uma nova era em construção

A parceria entre Remco Evenepoel e Dan Lorang não promete soluções imediatas, mas sinaliza ambição. A equipa acredita que, com tempo e método, o belga poderá evoluir para o nível de consistência que define Pogacar e Vingegaard.
No fundo, a equipa alemã não contratou apenas um campeão, contratou uma ideia. E essa ideia passa por transformar talento em domínio, através de ciência, paciência e humanidade. O verdadeiro desafio começa agora.

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