O efeito borboleta no ciclismo: Rui Costa entrou no radar da EF Education-EasyPost porque Michael Valgren mudou de casa

Em meados de outubro, foi revelado por João Correia, cofundador da Corso Sports Management, ao jornal "O Jogo" que Rui Costa não continuaria na Intermarché-Circus-Wanty.

Todavia, na mesma entrevista, o agente de corredores como João Almeida e António Morgado confirmou que o ciclista natural da Póvoa do Varzim já tinha contrato assinado com uma equipa do World Tour. A informação confirmou-se na na semana seguinte, quando o antigo Campeão do Mundo foi oficializado como reforço da EF Education-EasyPost.

Foi uma mudança que pareceu um pouco imprevisível, a maior parte dos fãs à espera de uma renovação com a Intermarché. Mas declarações de João Correia e Jonathan Vaughters ao GCN explicam como é que a transferência se concretizou.

"O que nós temos é uma apresentação com corredores específicos. Na última página da apresentação está uma lista de todos os atletas que temos na agência e nessa página mostra quando estão disponíveis, mas com o Rui, no início do ano, o plano era mantermos o Rui no Intermarché. Tivemos conversas sobre a sua renovação já em abril". disse Correia ao GCN, no Outono, explicando também um pouco o seu método de trabalho.

Contudo, a renovação não chegava e a legislação Belga sobre publicitação à redução no valor associado a patrocínios desportivos por marcas de apostas (neste caso em particular, a Circus) levou a equipa a perder a capacidade renovar com Rui Costa. Podia muito bem ser o fim da carreira do Português no World Tour. Apesar da vitória de etapa na Volta à Espanha, Correia nota que fatores como a idade pesaram contra o ciclista de 37 anos e que as conversações com outras equipas começaram apenas em agosto, ou seja, depois da Volta à França.

E entra em cena a EF Education- EasyPost. Jonathan Vaughters estava em conversações com João Correia por causa de outro ciclista que o agente representa: Michael Valgren. Isto porque o Dinamarquês mudara de casa e como tal, era necessário atualizar a documentação. Aí, João Correia disse ao Diretor da equipa Americana que Rui Costa estava no mercado mas não despertou o interesse de Vaughters que estava à espera que o negócio de Foss com a INEOS Grenadiers caísse por completo para ficar com o talentoso Noruegês.

Contudo, Foss acabou por rumar efetivamente à INEOS, pelo que foi nessa altura que Jonathan Vaughters ganhou mesmo interesse nos serviços de Rui Costa.

"Depois, cerca de uma ou duas semanas mais tarde... Aconteceu muito depressa. Depois falámos sobre as condições, mas de antemão parti do princípio que se o Rui ia continuar a correr seria com a Intermarché e que eles não o deixariam sair." Vaughters em declarações à GCN.

O dirigente aconselhou-se também junto de Neilson Powless, que aprovou a contratação: "Uma das primeiras coisas que fiz foi telefonar ao Neilson Powless para saber a sua opinião. A resposta do Neilson foi basicamente: 'Detesto correr contra ele porque é muito experiente, mas ele sabe o que está a fazer. Gosto dele, mas detesto correr contra ele'. Na verdade, foi uma reação muito positiva da parte do Neilson".

Desta forma, Rui Costa já tem um ciclista conquistado dentro da nova equipa e parte para 2024 com vontade de correr. "Ele está muito motivado. Logo a seguir à Japan Cup, voou para a nossa base de operações para fazer todo o ajuste da bicicleta e do uniforme. O tipo está investido nisto. Ele quer mesmo correr. Estou muito contente por ter um tipo experiente com esta vontade. É fixe ver isso." Conclui Vaughters

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