O futuro da Cofidis continua incerto enquanto correm o risco de despromoção "Temos de dar tudo. Isto ainda não acabou"

Ciclismo
sexta-feira, 19 setembro 2025 a 9:27
cofidis
O alívio temporário trazido pela anunciada fusão entre Intermarché–Wanty e Lotto – que libertará uma licença extra no World Tour – não dissipou a pressão interna na Cofidis. A equipa francesa continua em 19.º lugar no ranking trienal da UCI (2023-2025), posição que em circunstâncias normais significaria a perda do estatuto de equipa de primeira divisão. O patrocinador mantém a exigência de garantir presença no World Tour e a tensão sente-se em todo o plantel.

Pontos preciosos e rival direto

O sprinter Milan Fretin admitiu ao Wielerflits que a luta por pontos UCI domina as conversas no seio da equipa francesa. “Nas conversas de grupo, lembramo-nos frequentemente da importância que o patrocinador atribui à licença do World Tour. Se passarmos um fim de semana sem pontuar, sentimos uma desilusão maior do que em tempos normais.”
A Uno-X Mobility é hoje o único rival direto para a última vaga. “Temos de abrir um espaço sobre a Uno-X o mais rapidamente possível”, sublinha Fretin. “Eles têm estado incrivelmente fortes esta época, mas o Alex Aranburu tem conquistado muitos pontos nas grandes corridas e eu ainda tenho objetivos em alguns sprints. Teremos de decidir isto entre nós os dois.”

Patrocinador impõe foco total

O colega Piet Allegaert confirma a pressão. “O orçamento pode mudar significativamente se perdermos o estatuto do World Tour. É também por isso que a direção tem estado a adiar as conversas com os ciclistas para 2026. O foco está em dar tudo até ao final de outubro e só depois veremos em que pé estamos.”
Milan Fretin está ciente dos problemas da Cofidis
Milan Fretin está ciente dos problemas da Cofidis

Lesões de peso e calendário reduzido

A Cofidis começou 2025 em alta com Bryan Coquard e Aranburu a vencer no Tour Down Under e na Volta ao País Basco, mas a segunda metade do ano foi minada por lesões graves:
  • Milan Fretin esteve quase meio ano parado.
  • Simon Carr também passou longos meses fora.
  • Eddy Finé e Hugo Toumire sofreram problemas nas artérias ilíacas – Finé já terminou a carreira e Toumire aguarda cirurgia.
  • Ludovic Robeet foi vítima de um AVC.
“Não se tratam de simples fracturas, mas de problemas que exigem recuperações muito prolongadas. Com apenas 23 ciclistas para um calendário de três corridas, fomos levados ao limite”, lamenta Allegaert.

A batalha ainda não acabou

Apesar das contrariedades, Fretin garante que o grupo mantém o foco. “Queremos ter acesso garantido às corridas do World Tour, seja como equipa de primeira divisão, seja via ranking ProTeam. Ninguém quer perder a Volta a França. Definitivamente, a luta ainda não acabou.”
Com outubro a marcar o fecho do ciclo trienal de pontos, a Cofidis sabe que cada sprint e cada resultado contam. O futuro no World Tour para a equipa francesa joga-se nas próximas semanas, sob o olhar atento de um patrocinador que exige a sobrevivência na elite do ciclismo mundial.
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