"Posso ajudar a encontrar o equilíbrio entre ser ‘robot’ ou um humano" Nova contratação da Red Bull para estar ao lado de Remco e Pellizari

Ciclismo
sexta-feira, 19 setembro 2025 a 9:38
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Mattia Cattaneo nunca procurou os holofotes, mas aos 34 anos construiu a reputação de um dos corredores mais fiéis e consistentes do World Tour. Prestes a trocar a Soudal – Quick-Step pela Red Bull – BORA – hansgrohe, o italiano falou à Bici.Pro antes dos Mundiais de Kigali, sobre o novo desafio e a ambição de servir de guia a duas das maiores figuras do pelotão: Remco Evenepoel e o jovem talento italiano Giulio Pellizzari.
“Espero poder ser um ponto de referência para o Giulio. Ele é um ciclista muito ambicioso e tem razões para isso, tendo em conta o que já demonstrou. Mas no final do dia, ele tem de ser o Giulio Pellizzari, não o Mattia Cattaneo ou qualquer outro ciclista”, explica. “Com os meus dirigentes dou sempre a minha opinião honesta. Depois cabe-lhes a eles decidir se querem ouvir, o que ouvir e como usar os meus conselhos.”
A equipa alemã vê em Cattaneo a voz de experiência para ajudar Pellizzari, de 21 anos, a crescer de forma equilibrada. O jovem italiano já provou ser uma das mais promissoras esperanças para as Grandes Voltas, enquanto Remco Evenepoel chegará à formação germânica com expectativas altíssimas.
Cattaneo garante que a mudança não se deveu apenas ao belga, mas reconhece que a presença de Evenepoel pesou na decisão. “Honestamente, já tinha contactos antes do Remco iniciar as conversações com a equipa. Mas é claro que a sua chegada teve um papel importante. Construímos uma excelente relação ao longo dos anos e ele confiou em mim em algumas das situações mais importantes das corridas.”
A cumplicidade entre ambos ficou patente em inúmeras etapas muito tensas, em que a tranquilidade e posicionamento do italiano foram decisivas para o sucesso do belga.
“Sou um dos poucos ciclistas que pode ajudar num treino de sprint e também estar ao lado do líder nas montanhas”, sublinha. “Essa flexibilidade é um ponto forte. Também nos contrarrelógios não sou um campeão, mas estou sempre entre os melhores. A consistência permitiu-me apoiar sempre os meus líderes.”

Mundiais e últimos anos de carreira

Antes de se apresentar na nova equipa, Cattaneo defenderá as cores italianas no Campeonato do Mundo em Kigali, disputando o contrarrelógio individual, a estafeta mista e a corrida de estrada.
“Subir ao pódio vai ser muito difícil, mas se terminar entre o sétimo e o décimo lugar, ficarei satisfeito”, admite.
Depois dos Mundiais, o italiano foca-se nas clássicas de outono e na Lombardia, ainda como gregário de Evenepoel.
“Com a minha idade, sentir-me tão valorizado por uma equipa deste calibre é muito gratificante. Estava feliz na Quick-Step, mas para os últimos anos da minha carreira, pode ser positivo um novo desafio. Já vi muita coisa no ciclismo, boa e má, e penso que posso trazer essa experiência para ajudar um grupo jovem a encontrar o equilíbrio certo entre ser ‘robot’ e ser humano.”
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