Poucos previam este desfecho, mas Jonas Vingegaard não foi o mais forte no mítico Alto de l’Angliru. A 13ª etapa da
Volta a Espanha 2025, considerada a mais dura da prova, viu
João Almeida superar o camisola vermelha e encurtar a desvantagem na classificação geral. O português da
UAE Team Emirates - XRG conquistou uma vitória histórica, mostrando que a luta pela vitória final em Madrid está bem viva.
“Esta é uma etapa especial, ainda não acredito. Obrigado aos meus colegas de equipa, eles foram fundamentais hoje, fizemos uma etapa fantástica”, disse Almeida emocionado após cortar a meta.
O dia foi marcado por um forte controlo da Team Visma | Lease a Bike sobre a fuga inicial, mas quando a corrida entrou no terreno decisivo, foram a Q36.5 e a Emirates a endurecer o ritmo. No Alto del Cordal, e sobretudo no início do Angliru, a formação de Almeida mostrou o seu poder coletivo: Jay Vine e Felix Grossschartner, com uma boa ajuda de Ivo Oliveira, reduziram o grupo dos favoritos a uma dezena de unidades, preparando o terreno para o líder.
A 6 quilómetros do topo, Almeida assumiu a dianteira. Apenas Jonas Vingegaard resistiu, mas sem capacidade para contra-atacar. O português impôs o seu ritmo constante nas rampas infernais da Cueña les Cabres, com inclinações a roçar os 23%, até levar a decisão para os metros finais.
Almeida sempre na frente de Vingegaard na subida do Angliru
O ataque que não surgiu
“Apenas pus o meu ritmo desde o fundo e fiz o melhor que pude. O Jonas esteve sempre na roda. No último quilómetro estava no limite, acho que estávamos os dois no limite”, explicou Almeida.
Num final técnico e estreito após a descida, o português mostrou astúcia: “Estava à espera de um ataque a qualquer momento e pensei que ele me ia passar na meta, mas conhecia bem o final de há dois anos. Entrei em primeiro na última curva e foi difícil ultrapassar-me. Foi um dia espetacular.”
A camisola vermelha permaneceu nos ombros de Vingegaard, mas Almeida festejou uma das vitórias mais sonantes da carreira.
Classificação geral relançada
Com o triunfo, Almeida reduziu a desvantagem para apenas 46 segundos, mantendo vivas as ambições de destronar Vingegaard. “Esta é a subida mais difícil do mundo, é de loucos. Ainda tenho muito tempo para recuperar para o Jonas, ele está a ser fenomenal, acho que vai ser uma tarefa difícil, mas nunca vamos desistir”, sublinhou o português.