"O que ficou furioso e reagiu mal? É esse mesmo" - Ex-profissional critica a última contratação da Visma

A Team Visma | Lease a Bike surpreendeu o pelotão com a contratação de Anton Schiffer, que assinou contrato até outubro de 2027. O alemão de 25 anos, antigo triatleta que se destacou através da Zwift Academy, transitou depois para o ciclismo de estrada no escalão continental, longe dos holofotes. Agora, a equipa neerlandesa decidiu dar-lhe a oportunidade da vida, apostando num corredor ainda relativamente desconhecido do grande público.

Schiffer tem mostrado qualidades de trepador sólido, mas a sua chegada ao World Tour levanta questões. A história foi relatada com detalhe no podcast Beyond The KOM, onde Ramon Sinkeldam e Lars van den Berg recordaram os primeiros passos do alemão na plataforma de e-ciclismo.

Todos os anos, a Zwift Academy (em parceria com a Alpecin-Deceuninck) oferece ao vencedor um contrato com a equipa belga ou com a sua formação de desenvolvimento. O programa já trouxe à ribalta nomes como Jay Vine e Luca Vergallito, hoje figuras conhecidas no pelotão internacional.

No entanto, Schiffer, que participou nas provas de seleção da Zwift Academy, não deixou boas memórias a Sinkeldam: "Falei-te daquele rapaz da Zwift Academy, com a Alpecin. O que ficou furioso e reagiu mal… É ele? É esse mesmo", contou ao colega de podcast Lars van den Berg.

Sinkeldam acrescentou: "Não percebo o que a Visma viu nele. Quando se está a candidatar a um lugar numa equipa World Tour, pelo menos devia mostrar algum interesse. Tentei falar com ele, mas nunca obtive resposta."

Segundo Sinkeldam, também o responsável da Alpecin-Deceuninck, Christoph Roodhooft, terá confrontado Schiffer durante o período de testes. Numa das sessões no Coll de Rates, subiu o tom: "Ouve, tens pedalado aqui ao nível continental há anos, és rápido, sim. Mas qual é o problema se agora decidirmos não te escolher? Tens de aceitar isso."

O episódio ficou marcado pela frustração do jovem alemão, que acabaria por não vencer a Zwift Academy e seguiu discretamente no ciclismo continental.

Sinkeldam recorda ainda encontros posteriores em corridas como a Volta à Turquia, onde a relação com Schiffer permaneceu distante: "Vi-o mais algumas vezes, mas nunca se mostrou interessado em falar. Depois pensei: 'tudo bem, segue o teu caminho.' "

Apesar destas críticas, a Visma decidiu apostar no alemão, acreditando no seu potencial para crescer como trepador no contexto World Tour. Para Schiffer, é a oportunidade de transformar o rótulo de “talento difícil” numa história de afirmação ao mais alto nível.