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Team Visma | Lease a Bike acordou em sobressalto na manhã de segunda-feira, após ter visto o seu parque de bicicletas praticamente desaparecer durante a noite. A equipa holandesa foi alvo de um assalto no hotel onde estava instalada, tendo sido roubadas 18 bicicletas de corrida, um golpe que deixou mecânicos e ciclistas em sobressalto poucas horas antes da 3ª etapa da
Volta a Espanha 2025.
Jonas Vingegaard escapou ileso de quedas na estrada, mas fora dela a Visma esteve perto de ver o desastre total: os carros da equipa poderiam ter seguido para a partida sem as tradicionais bicicletas no tejadilho.
Um despertar caótico
Matteo Jorgenson explicou ao início da etapa em San Maurizio Canavese como foi a manhã da equipa:
"A parte estranha é que os mecânicos não perceberam como isto foi possível. Estiveram a trabalhar até à 1h30 da manhã porque houve falhas de eletricidade no hotel e já havia muitos problemas. Quando acordaram, viram que todas as bicicletas tinham desaparecido."
O americano sublinhou a dedicação da equipa técnica: "Trabalharam imenso e posso dizer-vos que, sem eles, eu não teria bicicleta. Eu não sei mexer nelas, por isso devo-lhes muito."
Também o chefe de equipa, Richard Plugge, elogiou os seus mecânicos na televisão:
"Fizeram um trabalho incrível a montar bicicletas de recurso e a garantir que todos os ciclistas tinham equipamento para alinhar (na etapa). As bicicletas definitivas estarão de volta em breve, mas felizmente conseguimos ter o suficiente para arrancar hoje."
O carro da equipa Visma mostrava uma imagem inquietante durante a etapa de hoje, com o tejadilho quase vazio
A “quarta bicicleta” de Jorgenson
Jorgenson foi um dos mais prejudicados: as suas três bicicletas principais foram levadas durante o assalto. O norte-americano alinhou na etapa com uma máquina improvisada a partir de peças sobressalentes.
"Não estou na minha primeira bicicleta de corrida, esta já é a quarta que eles montaram esta manhã", revelou. "Roubaram 18 bicicletas, penso que apenas deixaram três bicicletas de corrida e algumas suplentes. No caso do Zingle, nem isso: ficou sem nenhuma."
O cenário nos carros da equipa durante a etapa era pouco habitual, com os tejadilhos praticamente vazios.
Mecânicos em contrarrelógio
Apesar do caos, a equipa conseguiu alinhar sem falhas logísticas. "Foi uma manhã interessante para acordar", disse Jorgenson, com ironia. "Os mecânicos fizeram de tudo para montar bicicletas de recurso. Pelo menos conseguimos ter uma para correr hoje, e mais vão chegar nos próximos dias."
Antes da partida, os corredores ainda testaram rapidamente o material para garantir segurança. "Todos demos umas voltas à volta do autocarro para confirmar que os parafusos estavam apertados. Deve estar tudo pronto para continuar a corrida", acrescentou Jorgenson.