O relato de um ciclista que esteve afastado da modalidade por mais de um ano devido a uma concussão cerebral: "Há vida para lá do ciclismo"

Ciclismo
quarta-feira, 27 novembro 2024 a 00:31
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Foi preciso quase um ano e meio para que Taco van der Hoorn recuperasse totalmente da forte contusão sofrida na Volta à Flandres. A certa altura, chegaram a existir dúvidas sobre o seu regresso ao ciclismo profissional, mas o ciclista que é especialista em fugas não demorou muito tempo a conseguir mais um dos seus solos caraterísticos para vencer a Elfstedenrace no início de outubro.
Embora a situação pareça agora novamente optimista, numa entrevista para a RIDE Magazine Van der Hoorn regressa aos tempos em que as coisas estiveram muito mais sombrias. "Sai-se da bolha durante algum tempo. Fiz isso de forma muito consciente", revela Van der Hoorn sobre os primeiros meses após o acidente.
"Durante um ano, não segui conscientemente nada sobre ciclismo e também assisti a muito poucas corridas. Apenas as grandes corridas que nos despertam curiosidade. Tudo o resto à volta, não. Isso é bom em si mesmo, saber que há mais do que apenas o ciclismo".
O tempo fora da bolha levou-o a um crescimento pessoal. "O Taco van der Hoorn também é mais do que um ciclista. Essa é uma lição muito importante que retirei ao ter estado naquela bolha durante algum tempo. Depois apercebemo-nos de que há outras coisas muito importantes na vida. Agora estou de volta a essa bolha e o ciclismo é tudo para mim, mas também estou a tentar conscientemente sair dela depois da época terminar. Estou de férias e também é bom não ter de pensar: como é que vou enfrentar corretamente a Kuurne-Brussels-Kuurne ou a Paris-Roubaix?"
Por outro lado, o ciclismo também permitiu a Van der Hoorn conhecer muitos sítios no mundo. Qual foi a experiência que mais o marcou? "A China. Também gostei muito de estar na Austrália. É como a Europa Ocidental, mas com muitos animais estranhos e bom tempo no inverno. A China era uma cultura diferente. A certa altura, havia tantas pessoas no nosso hotel durante a digressão de Guangxi que nunca tinham visto um ocidental, que já não era possível andar na rua normalmente. Costumo ir a sítios que não são tão turísticos, porque assim vemos o verdadeiro país. Mas isto foi muito especial".

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