Taça do Mundo, Superprestige e Troféu X2O - Como estão as Classificações Gerais das 3 taças de ciclocrosse à entrada do mês de dezembro?

Estamos a chegar ao final de novembro e a época de ciclocrosse está bem definida, com a disputa das três taças (Taça do Mundo, Superprestige e Troféu X2O) em andamento e já temos uma primeira noção da forma física dos principais candidatos à vitória. Analisamos as classificações masculina e feminina de todas as taças e o que poderemos esperar agora que começamos a entrar na parte decisiva da temporada.

É claro que levamos em conta a ausência de nomes como Mathieu van der Poel, Wout van Aert e Tom Pidcock, que como habitualmente, apenas terão passagens temporárias na época de CX (juntamente com outros especialistas que dão prioridade à estrada, como Tim Merlier, Quinten Hermans, etc.), mas também do lesionado Joris Nieuwhenhuis, que sofreu de herpes zoster no verão e ainda não começou a sua época.

Este fim de semana começou a Taça do Mundo em Antuérpia. Agora mais compacta e com menos corridas, os organizadores esperam que a maioria dos ciclistas se possa concentrar nela. O atual campeão Eli Iserbyt venceu a primeira ronda, após um forte desempenho e assumiu a liderança. Ele é seguido por Laurens Sweeck e Michael Vanthourenhout.

Na vertente feminina Fem van Empel não deu qualquer hipótese às suas rivais na ronda de abertura e deixou claras as suas ambições. Ganhou 19 pontos a Ceylin del Carmen Alvarado na ronda de abertura, o que é um resultado significativo. Ela lidera a Taça à frente de Lucinda Brand, que será provavelmente a sua outra grande rival e Marie Schreiber.

Esta é a competição mais renhida de todas. O sistema de pontos premeia a consistência acima de tudo e após 4 corridas (Ruddervoorde, Overijse, Niels e Merksplas), temos três homens que se destacam. Joran Wyseure obteve uma vitória surpreendente na primeira ronda em Ruddervoorde e assumiu a liderança, na segunda ronda Niels Vandeputte assumiu a liderança depois de Thibau Nys (que não está a ser considerado na classificação) ter vencido a corrida. Na quarta ronda, Lars van der Haar reduziu a diferença para Vandeputte, uma vez que ambos continuam a mostrar bastante consitencia.

Após 4 corridas, van der Haar e Vandeputte estão literalmente empatados com 49 pontos, mas seguidos de perto por Michael Vanthourenhout, que tem 44, depois de ter terminado no Top 10 em todas as corridas. Felipe Orts segue-se com 37 pontos e Wyseure tem 35, o mesmo que Eli Iserbyt, que foi forçado a falhar a ronda de abertura por ter sido suspenso, mas que se encontra a subir na classificação e está agora a 14 pontos da liderança, quando a Taça vai a meio. Cada vitória dá 15 pontos, mas será muito difícil para Iserbyt chegar à liderança, uma vez que o sistema de pontos prejudica realmente a sua ausência na 1ª corrida da temporada.

No lado feminino, temos também uma batalha clara entre Ceylin del Carmen Alvarado e Lucinda Brand. Na primeira ronda, Alvarado venceu e assumiu a liderança, na segunda ronda, Brand venceu e assumiu a liderança. Na terceira ronda, Alvarado venceu Brand diretamente e a dupla ficou empatada... E na quarta ronda, Alvarado voltou a vencer e está agora 1 ponto à frente de Brand. Com a ausência de Fem van Empel nas duas últimas corridas, as holandesas estão literalmente a lutar por cada ponto que poderá ser precioso para decidir quem leva a taça.

Sara Casasola segue-as de perto depois de três 4ºs lugares e um 3º lugar, tem 49 pontos contra 57 de Alvarado e 56 de Brand e poderá tirar partido de alguns contratempos que possam ocorrer no final do ano. Inge van der Heijden e Laura Verdonschot vêm a seguir, mas já bastante distantes do pódio.

O Troféu X2O é talvez a competição mais exigente, pois em todas as corridas todos os minutos e segundos contam, o que lhe confere uma dinâmica diferente, centrada no tempo e não nos resultados individuais para quem vê as classificações. No ano passado, tivemos Lars van der Haar a vencer e até agora, após três corridas (Koppenbergcross, Lokeren e Hamme), o holandês está na liderança e mantém-na presa por apenas 2 segundos.

A cinco corridas do fim encontra-se aberta. Toon Aerts e Michael Vanthourenhout seguem atrás de Iserbyt, enquanto Thibau Nys não deverá ter como objetivo a vitória.

Há ainda um chorrilho de críticas sobre o facto de um ciclista que perca mais de 5 minutos numa prova (ou não participe numa corrida)... perca no final apenas 5 minutos na classificação geral, o que efetivamente leva a que os homens em posições mais baixas na tabela classificativa não participem nas corridas mais difíceis, onde as diferenças são maiores.

Além disso, a entrada em cena de ciclistas como Mathieu van der Poel pode influenciar seriamente as corridas no final da época: Se van der Poel ganhar, Iserbyt não correr e van der Haar terminar 4 minutos atrás de van der Poel, então o Iserbyt só perderá 1 minuto para van der Haar, embora não esteja a competir pelo primeiro lugar.

No lado feminino a luta não está tão renhida como no caso da masculina. Tanto Fem van Empel (2) como Ceylin del Carmen Alvarado (1) faltaram a uma das três primeiras corridas, pelo que a intenção delas em lutar pela classificação geral é meramente especulativa. Isto deixa Lucinda Brand com uma concorrência muito modesta e, após três corridas, ela lidera a taça com mais de 2 minutos de vantagem sobre Sara Casasola e com mais de 4 minutos sobre Annemarie Worst. Se conseguir manter-se consistente e não falhar as corridas, é provável que obtenha um triunfo na Taça X2O sem grande oposição.