Primoz Roglic conseguiu-o. Igualou Roberto Heras e conquistou o quarto título da Volta a Espanha. Como se tornou um triste hábito para o esloveno, o feito só foi possível, uma vez mais, depois de uma tentativa falhada na Volta a França. O treinador de Roglic, Marc Lamberts, admite que nem sequer pensou que fosse possível a Roglic vencer a corrida com a lesão nas costas que trazia do Tour.
"O que vi nas últimas três semanas deixou-me várias vezes sem palavras", disse o treinador belga à HLN. "Em termos de desnível acumulado, foi incrivelmente duro, mais dezoito por cento de elevação do que no Tour anterior. Por vezes, vemos etapas do Tour ou da Vuelta em que os ciclistas mal pedalaram 2,8 watts por quilo. Nesta Vuelta, tivemos etapas em que eles pedalaram 3,8 watts por quilo. Em média, Primoz pedalou mais de 4 watts por quilo todos os dias".
Roglic abandonou o Tour depois de ter caído nas etapas 11 e 12. "Após o seu abandono, ficou afastado da bicicleta durante uma semana e foi para o centro de performance da Red Bull em Salzburgo para três dias de reabilitação, onde foi tratado intensivamente. Nessa altura, ponderamos parar a época, mas obtivemos a aprovação dos ortopedistas e dos médicos para que ele pudesse pedalar, mas com dores", recorda Lambert.
"Depois corremos para Tignes para três semanas de treino em altitude", continua. "Conseguimos completar três semanas de treino em altitude, mas sempre com dores. Essas dores também não desapareceram durante a Vuelta, mas tornaram-se suportáveis para podermos competir."
De acordo com Lamberts, Roglic apresentou-se no início da Vuelta com "entre 95 e 97%" das suas capacidades. Em parte por causa disso, o seu treinador também só acreditou na vitória final do seu líder muito tarde. "Só no sábado à noite, após a penúltima etapa. Especialmente porque ele teve de correr de forma tão atípica".